
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
VOO ABORTADO

terça-feira, 27 de outubro de 2009
NA BOLHA
Conheço duas pessoas, que por óbvios motivos aqui lhes poupo os nomes, que gradativamente passaram a viver numa bolha. Não literalmente, como o menino da bolha de plástico, ou como a metáfora mais corriqueira levaria a entender por isolamento social – na verdade esses indivíduos até interagem socialmente. À maneira deles criaram um universo particular onde as engrenagens funcionam perfeitamente, onde nenhum mal lhes afeta e onde eles sempre saem vencendo, sempre têm certeza. Inicialmente os classificava como “mentirosos inofensivos”, desses que abundam em qualquer repartição ou banco de praça, hoje acredito que sofram de algum transtorno psicológico que minha ignorância não sabe precisar. Eles criaram uma falsa situação de conforto da qual nem tentam se desvencilhar, se enredam mais e mais, talvez inconscientemente. Não vejo como problema imaginar lugares, pessoas e situações melhores (menos mesquinhas, mais divertidas); inconveniente é fazer da vida uma fantasia, sem distinguir mais o que é e o que não é real, e inadvertidamente trazer suas invencionices e idiossincrasias para o cotidiano, querendo que todos compactuem passivamente com seus paralelismos. Desconheço as razões e prefiro não especular sobre mentes tão complexas, só sei que ao minar as intempéries da vida, transformando o dia numa eterna masturbação, quem passa a viver numa bolha são os outros.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
VERSOS EXCLUÍDOS
terça-feira, 20 de outubro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
FRASCOS COMPRIMIDOS COMPRESSAS
Escute algumas faixas no Myspace da banda:http://www.myspace.com/roneijorgeeosladroes
terça-feira, 13 de outubro de 2009
BASTARDOS INGLÓRIOS

sábado, 10 de outubro de 2009
PATTY DIPHUSA

terça-feira, 6 de outubro de 2009
NOTAS DE UM POEMA
O primeiro poema que consegui escrever em Salvador foi “lembranças de donzelas do tempo do Imperador”, algum tempo depois de ter me mudado, tomando emprestado como título um verso de uma canção de 1941 de Dorival Caymmi, “Você Já Foi à Bahia” (recurso semelhante utilizado por Caetano Veloso em “Terra”). Na canção, Caymmi exalta uma Salvador idealizada, nostálgica, quase folclórica; um convite à uma cidade que só conheci em cartões-postais. Em 2008 o poema fez parte do livro “CINEMA”, Prêmio Braskem Cultura e Arte, recentemente alguém apontou um parentesco com o “Poema do Beco”, de 1933, de Manuel Bandeira, que se existe não foi intencional. Enquanto Bandeira se solidarizava com a gente humilde do Rio de Janeiro, meus versos apenas expressavam o descontentamento e a solitude.
“lembranças de donzelas
do tempo do Imperador”
Herculano Neto
da janela do meu apartamento
vejo outras janelas de apartamento
janelas fechadas
cortinas
um muro
aviões
da janela do meu apartamento
eu não vejo a Bahia.
“lembranças de donzelas
do tempo do Imperador”
Herculano Neto
da janela do meu apartamento
vejo outras janelas de apartamento
janelas fechadas
cortinas
um muro
aviões
da janela do meu apartamento
eu não vejo a Bahia.
***
Poema do Beco
Manuel Bandeira
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco.
Poema do Beco
Manuel Bandeira
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FAÇO DO MEU BLOG PÁGINA DE DIÁRIO

Dizem por aí que ando sumido, que não telefono sequer para dizer que não vou – não sei, talvez seja verdade. Outro dia alguém perguntou como eu estava, meio intolerante respondi para ir ao meu blog. Fui deselegante não pela pergunta, aparentemente trivial, mas pelo tom maligno da voz, cheia de veneno e cinismo (impossíveis de reproduzir aqui). Resolvi então dar uma passada por meu blog para saber como eu estava, porém não encontrei nenhuma resposta fácil. Se a pessoa realmente seguiu meu conselho ficou ainda mais confusa. Já tive uma urgência muito grande, uma necessidade de transformar, de estar em todos os lugares, hoje não carrego mais utopias (meus herois morreram de overdose e meus sonhos na mesa do bar). Só quero cultivar minha paciência, regar meu bonsai toda manhã, adormecer escutando Céu no gramado do Dique do Tororó e vez ou outra pedir um conhaque de alcatrão com limão e mel pra aquecer a madrugada. “Sim, o que me importa nesse instante é esse não me importar constante” – como dizia um velho roqueiro baiano. Para quem interessar não estou longe, estou mais perto do que possam imaginar. O que eu busco não é a distância, é o encontro; mesmo que para isso eu precise hibernar.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
QUERIDA WENDY (DEAR WENDY)

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