Adeus, ano novo!
Estive nas páginas da Bravo!, da Piauí, da Cult, mas quase ninguém viu. Para os meus sempre espirituosos amigos, melhor seria se eu estivesse na Caras, talvez essa “honra” me rendesse um desconto no cabeleireiro ou notoriedade na sala de espera do dentista, poderia ter dito para eles que quem lê Caras não vê coração, mas nos poupei do medíocre trocadilho. Inclusive, sei que essas efemeridades não me darão fama alguma - fama é ser reconhecido por meus vizinhos. Por enquanto, ficaria satisfeito se eu descobrisse por que as pessoas ao invés de me desejarem saúde e paz, me desejam sucesso.
Recortes amarelados de jornais, fotografias, medalhas e cartas de amor se amontoam, desordenadamente, na sala do ego (aquele sorriso na parede não é meu, aquele “eternamente tua” não era para mim). Preciso afastar a mobília, limpar a poeira do meu blog. Este ano, fiz listas de melhores isso, melhores aquilo (muitas sequer me atrevi a publicar). Acreditei num Brasil mais verde, menstruei, fiz epitáfios, canções, pedi outras doses, questionei, me equivoquei, dei o braço a torcer, abri as janelas da minha solidão com vista pro mar, quis ser Paulo César Pereio (agora quero ser Paul Giamatti ou PJ Harvey). A verdade é que escrevo cada vez menos. Não me falta inspiração, não me falta paciência. O problema deve ser ideias e calma demais.
Anônimo(a), não adianta me procurar nas entrelinhas, nas cores que uso para enfeitar o meu dia. Creio que já disse algo parecido num poema. Minha vida não é uma película do Almodóvar, talvez nem a de Lara seja. Minha vida está mais para um filme do Todd Solondz, para um conto do Lima Barreto ou para uma canção da Dolores Duran. Meu passado está em branco, meu futuro me condena. Humberto, não há luz no fim do túnel do tempo.
Quero entardecer numa praia de Saubara.
Quero minhas manhãs de domingo com Inezita Barroso.
Novamente, como numa reprise da Sessão da Tarde, não me impressionei com as luzes tristes do natal, com os ornamentos da cidade, com as guirlandas penduradas nas portas dos apartamentos do meu edifício. Certamente, também não me impressionarei com a contagem regressiva ou com os fogos artificiais que celebrarão o funeral de 2010.
Tenho um planeta no porão que precisa entrar em órbita.
Estive nas páginas da Bravo!, da Piauí, da Cult, mas quase ninguém viu. Para os meus sempre espirituosos amigos, melhor seria se eu estivesse na Caras, talvez essa “honra” me rendesse um desconto no cabeleireiro ou notoriedade na sala de espera do dentista, poderia ter dito para eles que quem lê Caras não vê coração, mas nos poupei do medíocre trocadilho. Inclusive, sei que essas efemeridades não me darão fama alguma - fama é ser reconhecido por meus vizinhos. Por enquanto, ficaria satisfeito se eu descobrisse por que as pessoas ao invés de me desejarem saúde e paz, me desejam sucesso.
Recortes amarelados de jornais, fotografias, medalhas e cartas de amor se amontoam, desordenadamente, na sala do ego (aquele sorriso na parede não é meu, aquele “eternamente tua” não era para mim). Preciso afastar a mobília, limpar a poeira do meu blog. Este ano, fiz listas de melhores isso, melhores aquilo (muitas sequer me atrevi a publicar). Acreditei num Brasil mais verde, menstruei, fiz epitáfios, canções, pedi outras doses, questionei, me equivoquei, dei o braço a torcer, abri as janelas da minha solidão com vista pro mar, quis ser Paulo César Pereio (agora quero ser Paul Giamatti ou PJ Harvey). A verdade é que escrevo cada vez menos. Não me falta inspiração, não me falta paciência. O problema deve ser ideias e calma demais.
Anônimo(a), não adianta me procurar nas entrelinhas, nas cores que uso para enfeitar o meu dia. Creio que já disse algo parecido num poema. Minha vida não é uma película do Almodóvar, talvez nem a de Lara seja. Minha vida está mais para um filme do Todd Solondz, para um conto do Lima Barreto ou para uma canção da Dolores Duran. Meu passado está em branco, meu futuro me condena. Humberto, não há luz no fim do túnel do tempo.
Quero entardecer numa praia de Saubara.
Quero minhas manhãs de domingo com Inezita Barroso.
Novamente, como numa reprise da Sessão da Tarde, não me impressionei com as luzes tristes do natal, com os ornamentos da cidade, com as guirlandas penduradas nas portas dos apartamentos do meu edifício. Certamente, também não me impressionarei com a contagem regressiva ou com os fogos artificiais que celebrarão o funeral de 2010.
Tenho um planeta no porão que precisa entrar em órbita.