Meteorango Kid, de André Luis Oliveira, é um clássico absoluto do cinema underground brasileiro, com trilha sonora dos Novos Baianos e intervenções sonoras mais do que bem vindas de Gil e Caetano, apresenta a trajetória desenfreada do protagonista Lula por uma Salvador ainda mais provinciana e tediosa. Interpretado magistralmente por Antonio Luiz Martins, Lula vive num universo extremamente particular, onde fantasia e realidade se confundem. O filme tem uma ação descontínua, num emaranhado de situações escatológicas e ao mesmo tempo irônicas em seqüências que parodiam o cinema comercial americano. Os personagens que acompanham esse herói intergaláctico são igualmente provocadores, como o homem vampiro que surge isoladamente em sua busca cômica por pescoços femininos nas vielas soteropolitanas e o amigo Caveira e sua “aula” de enrolar baseado. Teatro marginal, cinema de vanguarda, nouvelle vague, HQ, neo-realismo, tropicalismo, tudo condensado em 85 minutos de um caleidoscópio psicodélico e contestador.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
DOCE ESPERANÇA (1992)
ROBERTO MENDES E CAETANO VELOSO, 1992
DOCE ESPERANÇA faz parte de MATRIZ (1992), segundo disco do cantor e compositor santamarense Roberto Mendes e conta com a participação especial de Caetano Veloso, inédito em CD.
DOCE ESPERANÇA
(Roberto Mendes/ J. Velloso)
Estou aqui pra viver
A procura de amor por onde for
Ouvindo Ora yêyê
Quero pertencer a uma filha d’Oxum
Oh! Olorum
Me diz o que fazer pra encontrar esse amor
Que seja doce prazer
Que cheire a Jasmim ou a Macassá
Que cace em mim meu querer
Com a mesma constância das ondas do mar
Oh! Olorum
Eu sempre vou crer que vou encontrar
Uma gueixa formosa
Loura cor-de-rosa
Ou uma preta quase azul
Que goste de Itapoan
E vai se arrepiar
Nas festas do Gantois
Oh! Olorum
Como é bom saber que vai me ajudar
Vou aguardar
Oh! Olorum
Numa noite de luar
Rival de Iansã
Paixão de Xangô
Oh! Minha filha d’Oxum.
DOCE ESPERANÇA faz parte de MATRIZ (1992), segundo disco do cantor e compositor santamarense Roberto Mendes e conta com a participação especial de Caetano Veloso, inédito em CD.
DOCE ESPERANÇA
(Roberto Mendes/ J. Velloso)
Estou aqui pra viver
A procura de amor por onde for
Ouvindo Ora yêyê
Quero pertencer a uma filha d’Oxum
Oh! Olorum
Me diz o que fazer pra encontrar esse amor
Que seja doce prazer
Que cheire a Jasmim ou a Macassá
Que cace em mim meu querer
Com a mesma constância das ondas do mar
Oh! Olorum
Eu sempre vou crer que vou encontrar
Uma gueixa formosa
Loura cor-de-rosa
Ou uma preta quase azul
Que goste de Itapoan
E vai se arrepiar
Nas festas do Gantois
Oh! Olorum
Como é bom saber que vai me ajudar
Vou aguardar
Oh! Olorum
Numa noite de luar
Rival de Iansã
Paixão de Xangô
Oh! Minha filha d’Oxum.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
CAPITU (2008)
Já faz algum tempo que desisti da tv, não foi uma decisão taxativa, aconteceu gradativamente. Hoje só me permito os jogos da quarta-feira à noite e o telejornal local, há dias que nem a ligo, fica ali morta na sala acumulando poeira e silêncio, a servir de pedestal para o troféu de terceiro colocado do II Torneio de Futebol de Mesa de Santo Amaro – 1996, num canto que quase não incomoda o tráfego, juntamente com velhos quadros, lembranças de viagens e capas de LP’s – que vira e mexe recebem observações sem muito valor das visitas. Ao saber por acaso, escutando uma conversa que não me pertencia, que a rede globo produziria um especial de final de ano baseado no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, resolvi arriscar - o que eu poderia perder? Afinal, esse é o único, até agora, livro que li mais de duas vezes (descontando, inclusive, a obrigatoriedade da 8ª série). Após a exibição do primeiro capítulo, mesmo não nutrindo muitas expectativas, não me decepcionei, confesso – apesar do clima excessivamente teatral que parece querer exorcizar da televisão brasileira alguma culpa. Pretensamente emulando a idéia da diretora Sofia Coppola em MARIA ANTONIETA (2006), onde enchia de referências contemporâneas uma personagem histórica, a adaptação me ganhou, não apenas por isso, principalmente pela fidelidade ao delicioso texto original embalado por uma trilha pop. Mesmo assim pouco mudou: o título da obra para Capitu, que muitos entendem ser bem mais apropriado; a re-organização dos micro-capítulos para uma melhor narrativa televisiva e uma coisinha aqui e outra ali – nada demais. Os puristas devem franzir a testa e fazer saltar aos olhos aquela veia de descontentamento, os noveleiros mudarão de canal sem muita paciência e irão dizer na repartição ou no ponto de ônibus no dia seguinte que odiaram, talvez chato seja o adjetivo mais utilizado. Já eu descobri com a série que preciso de um lugar para esconder minhas velharias, como o troféu do II Torneio de Futebol de Mesa, para não servirem de papo furado aos que me visitam de quando em vez.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
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