Dessa vez ele não conseguiu sequer voltar para casa.
Foi algum estranho deseducado que telefonou intimando
para eu ir buscar aquele traste sabe lá onde.
Respondi que era engano e continuei a arrumar minha mala.
domingo, 28 de abril de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
INTRIGA DA OPOSIÇÃO
Foi um antigo namorado que disse para eu ficar com um pé atrás,
que o Xavier não era flor que se cheirasse.
Se ele não tivesse falado sem desviar o olhar do meu decote,
poderia até ter acreditado.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
PODERIAM SER CRÔNICAS
(*) Que o Brasil não
é um país de leitores não é novidade. Mas começo a desconfiar que somos
leitores de títulos. Melhor do que uma boa capa o livro necessita de um bom
título, “inesquecível”, para ser citado cheio de confiança entre os amigos.
Quando digo que estou escrevendo um romance ninguém se atreve a perguntar como
ele é, querem saber apenas o título. Quem chegou com o meu livro embaixo do
braço, ou dentro da bolsa, após o lançamento pode nem mesmo ter folheado, mas
leu o título. Penso em utilizar no próximo a sinopse na capa, assim a conversa “intelectual”
de mesa de bar poderá render um pouco mais.
(*) Catequizado pelas
regras do rádio, ainda hoje costumo escutar as canções no modo aleatório. Gosto
de apostar na imprevisibilidade, de não saber qual será a faixa seguinte. Mas,
misteriosamente, quando estou me aproximando de Santo Amaro da Purificação,
minha terra natal, o tocador de MP3 insiste em tocar algo de Caetano Veloso.
Meu shuffle cretino adora uma emoção barata.
(*) Quero me permitir
a irresponsabilidade, a incerteza.
Quero chegar
atrasado, quero não chegar.
Cansei de ser Bob
Esponja; feliz é ser Patrick.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
DO OUTRO LADO
Espero o sinal ficar vermelho para poder atravessar.
Do outro lado, uma menina triste com os olhos tristes espera a mesma coisa.
Daqui, consigo perceber suas angústias, suas aflições, suas inquietações.
Desejamos a mesma coisa, mas caminhos diferentes.
Verde.
Nossa interseção não dura um segundo.
Do outro lado, uma menina triste com os olhos tristes espera a mesma coisa.
Daqui, consigo perceber suas angústias, suas aflições, suas inquietações.
Desejamos a mesma coisa, mas caminhos diferentes.
Verde.
Nossa interseção não dura um segundo.
domingo, 7 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
HÁBITO
me acostumei a ficar
a esperar
me acostumei a temer
a perder
me acostumei a enganar
a desapegar
me acostumei a desistir
me acostumei a me acostumar
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