É notória minha aversão às redes
sociais (não incluo os blogues nesse balaio), mas vira e mexe,
surge algum desavisado perguntando se eu não estou no feice
ou que me “buscou” e
não encontrou –
o que, verdadeiramente, não chega a me incomodar, constrangedor é
quando afirmam que me adicionaram (pior do que ser ser alvo de um
perfil falso é ser confundido com alguém que “curte” balada
sertaneja, esquenta em posto de combustíveis e Stephenie
Meyer).
Além
de não ser adepto do excesso de exposição, tenho dificuldades para
identificar seus usuários no melancólico universo offline, onde
todos parecem MENOS inteligentes, MENOS bonitos, MENOS interessantes
e, absolutamente, MAIS humanos.
Quero
participar de uma comunidade que possua odores, abraços, sabores.
Uma comunidade com contas a vencer e problemas de verdade.
Hoje,
na minha démodé
leitura
matinal de jornais, me deparei com dois casos ocorridos esta semana
em Salvador: no primeiro, uma garota de 14 anos esfaqueou uma colega
na entrada da escola apenas porque o seu “namorado” adicionou a
vítima no Orkut; no outro, um corretor de imóveis (com um perfil
muito distante de ser considerado um príncipe encantado) fazia-se
passar no Facebook por um ex-modelo e jovem piloto da TAM (este sim,
o sonho de quase todas as leitoras da Capricho) para poder invadir os
computadores das incautas mulheres que cediam aos seus apelos e
depois chantageá-las em troca de sexo.
Notícias assim me afastam
ainda mais e se sobrepõem às teóricas vantagens das redes sociais.