Aquela série que eu te falei
Descobrir quem é o culpado nunca foi tão desnecessário.
Aquela série que eu te falei
Papel jornal, couché, off-set, polén, reciclado, kindle ou pdf
Passados mais de cem anos ainda desperta interesse (e por que não dizer fascínio?) o mistério do feminicida comumente conhecido como Jack, Estripador. Filmes, livros, teses, documentários… o assunto parece ser inesgotável. Entre tantas possíveis teorias ou da conspiração, a verdade é que a identidade do afamado assassino permanecerá oculta eternamente. Em seu trabalho mais ambicioso, Alan Moore acolhe um dos mais controversos suspeitos (sir William Gull, médico da Coroa Britânica e maçom do mais alto escalão) para dissecar a Londres da Era Vitoriana com impressionante detalhismo em Do Inferno (From Hell). Personalidades, acontecimentos e lugares reais, tudo se amalgama à narrativa com perfeição. Leitura cativante, mas longe de ser fácil, requerendo, muitas vezes, um nível de atenção maior do leitor, não sendo raro ter que retornar algumas páginas ao longo do percurso para se situar com exatidão. Para quem ainda minimiza a relevância dos quadrinhos na literatura, fatalmente se assustará com o que Do Inferno oferece.
Diários da pandemia ou notas perdidas nas páginas ociosas de uma velha agenda
(Março, 2021)
Porque sou o meu próprio Mariozinho Rocha
Dizem que quanto mais velho você fica mais afastado do palco durante os shows você se posiciona. Eu, que já me acotovelei na grade em festivais ou resisti sentado às botinadas no fosso da Concha Acústica do Teatro Castro Alves, só tendo a concordar. A ausência de algo muitas vezes se converte em resignado desinteresse, foi o que a pandemia e o isolamento social fizeram com minha vontade de frequentar lugares lotados. Acho que até antes desse inferno eu já mantinha estratégica distância de aglomerações nos eventos somada com uma localização confortável do bar. No entanto, gostaria de ainda assistir a uma apresentação dos Rolling Stones na pista, talvez eu até vibrasse com a multidão aos primeiros acordes do riff de “Satisfaction” (canção que dificilmente tocaria em alguma playlist minha) assim como vibrei com “Hey Jude” (outra canção que não toca no meu rádio) no show de Paul McCartney na Arena Fonte Nova.