quinta-feira, 30 de junho de 2022

VIRADA DE PÁGINA XVI

Papel jornal, couché, off-set, polén, reciclado, kindle ou pdf

Em uma Hollywood pós-Segunda Grande Guerra, repleta de intrigas, jogos de poder e corrupção, uma época em que simpatizantes do comunismo eram perseguidos e denunciados por seus próprios colegas da indústria cinematográfica, uma jovem atriz é misteriosamente assassinada levando um traumatizado roteirista a investigar o caso. Não, não confundi o título da coluna, e essa sinopse rasa não pertence a nenhum thriller noir dos anos de 1940. FADE OUT é uma premiada minissérie da dupla Ed Brubaker e Sean Phillips, uma espécie de Bebeto e Romário, Pelé e Coutinho, dos quadrinhos. Publicada aqui pela Editora Mino, em uma belíssima edição com 400 páginas, trazendo um pano de fundo histórico-político e uma galeria de excepcionais coadjuvantes vale, certamente, a leitura – e ao contrário de outras indicações, espero que não seja adaptada para série ou filme, nem mesmo pela HBO. Com o perdão do purismo, mas não consigo imaginar Fade Out em outro formato. 


segunda-feira, 20 de junho de 2022

SOCIAL DISTANCIAMENTO XIX

Diários da pandemia ou notas perdidas nas páginas ociosas de uma velha agenda

 
(Junho, 2022)

Um dos maiores clichês de quem escreve é a síndrome da página em branco, aquele angustiante cursor piscando na tela implorando por palavras, mesmo que sejam seguidas de um arrependido “backspace”. Inúmeras e particulares são as justificativas: ausência de inspiração, se é que ela existe, de boas ideias, bloqueio criativo, excesso de autocrítica e enfado são as que mais escuto. Minhas páginas não estão em branco, há muitos arquivos aguardando um clique no “postar”. Receios, cansaços, saudades, incertezas, questionamentos, desagrados… os temas vão se repetindo em uma espiral de lamentações que mais se parecem importunos. Sou moldado pelo não gostar um instante além do que eu deveria, são minhas “senhas”, um “acho que não sei quem sou/ só sei do que não gosto” constante. Não pretendo ser um coach motivacional que faça as pessoas saírem do parágrafo mais dispostas do que quando entraram, distante disso. Mas admito que poupar a humanidade das minhas queixas é uma generosa contribuição para um mundo menos desesperançoso.

 

sexta-feira, 3 de junho de 2022

NO TOCA-FITAS DO MEU CARRO XVI

Porque sou o meu próprio Mariozinho Rocha

O novo disco do multi-instrumenista americano Andrew Bird na vitrola e uma sexta-feira problemática começa a ganhar outros ares, por enquanto.

 

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