Yvan Argolo (1947) é certamente um dos principais escritores baianos em atividade. Com onze romances publicados, mais dois volumes de contos, ele apresenta em suas páginas personagens que trafegam numa tênue linha separando a verdade da ficção - não se desequilibrando jamais. Freqüentemente citado por alguns críticos como um injustiçado, por não freqüentar os espaços ocupados por prefaciadores profissionais, parece não se incomodar com isso e continua heroicamente editando seus livros independentemente, sem o apoio de governos ou o alicerce de editoras (com exceção de “Frontal”, 1997, editado pelo Selo Letras da Bahia). Com tiragem limitada, os exemplares de seus livros desaparecem avidamente entre seus admiradores, valendo, sem dúvida, uma busca mais apurada pelos sebos do país.
Santo Amaro (BA), é a matéria prima de suas obras, os eventos e as figuras históricos encontram em sua pena guarida, o passado é visitado sem nostalgia, os tipos, os causos, as vias (sempre detalhadamente narradas, quase mapas) permeiam seu trabalho invadindo conscientemente o imaginário popular santamarense. Talvez, por isso, há quem diga que seus textos não sejam de fácil consumo para quem não está familiarizado com o universo massapezeiro, o que é uma teoria pouco inspirada, pois feito um Gabriel García Márquez do Recôncavo Baiano o autor mantém-se mais cosmopolita e menos bairrista do que possa aparentar à primeira folheada.
Da pesquisa minuciosa de “Ave Cæsar" (1994) ao debut em 1987 com “Confronto”, destacando-se, “Extremis” (1988), “Escarlate” (1989) e “Cédula-Única” (1992). Yvan Argolo vem atravessando as últimas décadas nos premiando com obras generosas em fatos e factóides que são incrivelmente desnudados com a criatividade de quem domina o labor literário, uma leitura que flui rápida e tranqüilamente, mas sem subestimar ou enfadar seu leitor. Seu último trabalho, lançado este ano, o romance “Os Entrega-Listas”, confirma que o médico/escritor continua com a verve afiada e, ainda, sem o merecido reconhecimento.
Santo Amaro (BA), é a matéria prima de suas obras, os eventos e as figuras históricos encontram em sua pena guarida, o passado é visitado sem nostalgia, os tipos, os causos, as vias (sempre detalhadamente narradas, quase mapas) permeiam seu trabalho invadindo conscientemente o imaginário popular santamarense. Talvez, por isso, há quem diga que seus textos não sejam de fácil consumo para quem não está familiarizado com o universo massapezeiro, o que é uma teoria pouco inspirada, pois feito um Gabriel García Márquez do Recôncavo Baiano o autor mantém-se mais cosmopolita e menos bairrista do que possa aparentar à primeira folheada.
Da pesquisa minuciosa de “Ave Cæsar" (1994) ao debut em 1987 com “Confronto”, destacando-se, “Extremis” (1988), “Escarlate” (1989) e “Cédula-Única” (1992). Yvan Argolo vem atravessando as últimas décadas nos premiando com obras generosas em fatos e factóides que são incrivelmente desnudados com a criatividade de quem domina o labor literário, uma leitura que flui rápida e tranqüilamente, mas sem subestimar ou enfadar seu leitor. Seu último trabalho, lançado este ano, o romance “Os Entrega-Listas”, confirma que o médico/escritor continua com a verve afiada e, ainda, sem o merecido reconhecimento.
Herculano Neto