Sempre faço minhas postagens de
melhores filmes do ano no começo de dezembro, avaliando meus diários de cinema
e as notas e impressões que tive de cada sessão no calor do momento. No
entanto, só agora tomei coragem para fazer a seleção. Difícil, inclusive, fazer
duas postagens distintas, listando os filmes nacionais e estrangeiros, já que
além de “O Som ao Redor”, apenas “Elena” e “Tatuagem” mereceram alguma atenção, em mais um ano em que as
comédias com cara de especial da Globo comandaram. Sinceramente, não lembro de
ter vivido um ano tão apático, cinematograficamente falando.
Mesmo aparecendo em várias listas
de 2012, “Amor”, de Michael Haneke, só
estreou em telas brasileiras em janeiro de 2013, e é, certamente, um filme que
guardarei para o resto da vida. “Antes da
Meia-Noite”, apesar de não ter o charme dos filmes anteriores, me agradou
bastante, afinal não foram somente Celine e Jesse que envelheceram, eu também envelheci. “Frances Ha” me levou nostalgicamente para a nouvelle vague,
obrigado Noah Baumbach e Greta Gerwig. O dinamarquês “A Caça” trouxe o diretor Thomas
Vinterberg em grande forma, em um trabalho que provoca saudáveis
discussões, assim como o mexicano “Depois
de Lucia”. Ficção e realidade se entrelaçaram perfeitamente no francês “Dentro da Casa”, delicioso trabalho
de François Ozon com o cada vez melhor Fabrice Luchini. A proposta
sensorial de Terrence Malick no belíssimo “Amor Pleno”
decepcionou muitas pessoas, mas não é sempre que temos a oportunidade de assistir
a uma poesia e não a um filme poético. O canadense Denis Villeneuve conseguiu nos manter tensos, novamente, até o segundo final de “Os Suspeitos”. O arco narrativo dos três atos de “O Lugar Onde Tudo Termina” foi
mal recebido pela crítica, o que reforçou ainda mais sua necessidade de
redescoberta. Por fim, o polêmico “Azul é a Cor Mais Quente”,
Palma de Ouro em Cannes, com as belas Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux, esta
última uma presença constante neste blogue.
No quesito “não tava esperando
porra nenhuma, mas curti”, cito o alucinante “Killer Joe”, o humor involuntário da dupla Stallone/Schwarzenegger no
descerebrado “Rota de Fuga”, a
segunda parte da trilogia “Jogos Vorazes”,
por todo seu subtexto político (um raro casamento entre blockbuster e crítica
social), “Gravidade” por me fazer
entender algo que eu desconhecia: a utilidade do 4D, a verve, ainda, afiada de Woody Allen em "Blue Jasmine" e pela participação irmãos Coen
de Wagner Moura em “Serra Pelada”.
Agora é esperar por 2014,
enquanto não aparecem por aqui "12 Anos de Escravidão", “Nebraska”,
“Trapaça”, “O Lobo de Wall Street”, “Ela”, “Philomena”...