O termo axé music foi cunhado pejorativamente pelo crítico musical Hagamenon Brito, em 1987, para designar a música para dançar produzida na Bahia naquela época e foi ingenuamente adotado pela mídia local. A palavra axé é derivada do yorúbá e quer dizer força; music é um mero cognato inglês que não agrega valores, apenas expõe nosso espírito de colonizado, talvez o afã de soar tão universal e palatável como a soul music ou a black music tenha sido mais forte que o axé. Um dos seus precursores, o cantor e compositor Luiz Caldas, num artigo publicado pela impressa soteropolitana, reivindica com unhas e dentes o título de criador de axé music (o ritmo) munido de documentos e datas, só faltando pedir um teste de DNA – assemelhando-se ao pai que desconhecia a paternidade e agora tenta recuperar o amor do filho em uma dessas novelas da tv. Quando fazemos algo errado primeiramente pensamos em negar, mesmo que não o façamos, é instintivo. Já Luiz Caldas sai por aí apregoando: Fui eu! Fui eu! (exibindo orgulhosamente a mão amarela).
Depois que o filho tanto procriou, gerando uma famigerada indústria que engloba cantoras padronizadas, cantores anabolizados, coreografias constrangedoras e a privatização do carnaval, pouco importa quem colocou a criatura no mundo, isso é irrelevante.
Não quero saber quem sujou, quero que limpem.
Depois que o filho tanto procriou, gerando uma famigerada indústria que engloba cantoras padronizadas, cantores anabolizados, coreografias constrangedoras e a privatização do carnaval, pouco importa quem colocou a criatura no mundo, isso é irrelevante.
Não quero saber quem sujou, quero que limpem.