“morangos silvestres”*
Herculano Neto
quando mainha chamou:
- vem pra dentro que invernou!
era de tarde e eu ainda não
sabia o que era a melancolia
quando mainha chamou
o quintal era grande
chôle e os vizinhos ainda estavam vivos
eu era outro menino
quando mainha
Herculano Neto
quando mainha chamou:
- vem pra dentro que invernou!
era de tarde e eu ainda não
sabia o que era a melancolia
quando mainha chamou
o quintal era grande
chôle e os vizinhos ainda estavam vivos
eu era outro menino
quando mainha
*“Morangos Silvestres” é o título de um filme de 1957, do cineasta sueco Ingmar Bergman. No filme o velho professor Isak Borg revê a juventude a partir de sonhos e recordações. Com perspectiva semelhante, embora nem tão distanciada, cunhei os versos acima buscando a inocência da infância que em algum momento temos que abandonar. O poema foi publicado primeiramente no fanzine O ATAQUE, em dezembro de 2006, e na REVISTA CULT, em janeiro de 2007, antes de integrar, com leves modificações, o livro “Cinema” em 2008.
Sei pouco de filmes antigos. Ficou bela a poesia que fez inspirado pelo filme.
ResponderExcluirE triste um dia ter que deixar pra trás a infância. Sinto falta daquela inocência.
abs
CAro Neto, li tua entrevsita, muito be exposta a questão de fidelidade ao ramo artistico a que te dedicas eno monmento.
ResponderExcluirUm abraço!!
é muito bonito esse poema, tem todo cheiro de de infância mesmo.
ResponderExcluirbj
O poema é muito bom. Gostei bastante.
ResponderExcluirCaro amigo, poema de rar pureza e leveza, abraço.
ResponderExcluirRealmente é importante voltar ao passado de vez em quando!
ResponderExcluirtão bonito...
ResponderExcluirBem armado de doçura e feitura o poema, e eu, fã de Bergman, encontrei tudo aqui na medida. Um abraço!
ResponderExcluirAdorei a leveza desses versos pueris.
ResponderExcluirMorangos Silvestres é maravilhosos. E teu poema um encanto.
ResponderExcluirA dor do tempo que passa e nos rouba tudo, com a maior sensaboria. Poesia sentida, nem precisa de muitos recursos - como toda boa poesia.
ResponderExcluirMorangos Silvestres - vi e revi esse filme. Em busca do tempo perdido? É uma elegia do tempo perdido.
Abraços.
Brandão.
Dizem que Drummond viu 28 vezes (ou seraim 38? Um nº expressivo) esse filme. Prova de bom gosto. A fixação pelo tempo é coisa para poetas e outros loucos pela beleza.
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