Sou viciado em verdade. Para mim a mentira é uma ofensa e a omissão, covardia.
Sem perceber falo o que me vem à mente, falta-me freio, bom senso até. Não tenho receio de ofender, de magoar, de ouvir o que não quero (desde que não sejam mentiras). Não sou diplomático, não tenho traquejo social. Às vezes ajo como uma criança e falo o que vejo, o que sinto; não consigo ser diferente. Assim não faço amizades, as cultivo. Não trago na manga frases feitas nem respondo ao “tudo bem?” com um “tudo bem”. Meu maior refúgio é o silêncio, é onde me sinto seguro (queiram-me calado, certamente todos sairão ganhando).
Quando eu sei que não devo falar, que é a deixa para mentir, me complico, troco os pés pelas mãos. Dizem que não só mentimos várias vezes todos os dias como também aceitamos naturalmente a mentira alheia, é a chamada “mentira branca”, “mentira social”. Mente-se para evitar conflitos, por estratégia, obrigação, preguiça, medo, cobiça, conquista, quando consideram a verdade desnecessária. Mas para mim a verdade é sempre necessária, quero a verdade negra, a honestidade incolor, embora nem todos entendam isso. Se alguém me diz que posso confiar e falar o que penso sei que é somente uma armadilha, ninguém quer ouvir a verdade, quer ouvir uma mentira (mesmo sabendo que é uma mentira). Não se exige franqueza, apenas conveniências.
A mentira não é uma arte, como o talentoso Ripley faz entender - mentir não tem charme.
Sem perceber falo o que me vem à mente, falta-me freio, bom senso até. Não tenho receio de ofender, de magoar, de ouvir o que não quero (desde que não sejam mentiras). Não sou diplomático, não tenho traquejo social. Às vezes ajo como uma criança e falo o que vejo, o que sinto; não consigo ser diferente. Assim não faço amizades, as cultivo. Não trago na manga frases feitas nem respondo ao “tudo bem?” com um “tudo bem”. Meu maior refúgio é o silêncio, é onde me sinto seguro (queiram-me calado, certamente todos sairão ganhando).
Quando eu sei que não devo falar, que é a deixa para mentir, me complico, troco os pés pelas mãos. Dizem que não só mentimos várias vezes todos os dias como também aceitamos naturalmente a mentira alheia, é a chamada “mentira branca”, “mentira social”. Mente-se para evitar conflitos, por estratégia, obrigação, preguiça, medo, cobiça, conquista, quando consideram a verdade desnecessária. Mas para mim a verdade é sempre necessária, quero a verdade negra, a honestidade incolor, embora nem todos entendam isso. Se alguém me diz que posso confiar e falar o que penso sei que é somente uma armadilha, ninguém quer ouvir a verdade, quer ouvir uma mentira (mesmo sabendo que é uma mentira). Não se exige franqueza, apenas conveniências.
A mentira não é uma arte, como o talentoso Ripley faz entender - mentir não tem charme.
Muita propriedade em suas palavras.
ResponderExcluirGostei da crônica: nua e crua. Como deve ser tbm a verdade.
Beijos!
Também fiz a opção pela verdade há tempos. Portanto, a d o r e i este texto, Herculano.
ResponderExcluirE esta foto me fez lembrar um poster de Alain Delon que eu tinha no quarto, quando adolescente. Um dele e outro de Giuliano Gemma. (risos). Bons tempos, em que se mentia menos. Eu acho.
Um abraço.
" Verdade sem amor é crueldade. " Não lembro de quem é :( Mas gosto muito.
ResponderExcluirObrigada pela visita.
ResponderExcluirJá fui assim, sem freios, sem jogo de cintura (até pq não tenho cintura rsrs), mas a vida, infelizmente, me fez ser igual a maioria.
E é uma verdade o que diz, muitos preferem ouvir o que agrada, a ouvir a verdade.
Eu hoje sofro menos, e magoo menos, por calar em algumas situações. Mesmo sendo muito difícil para mim.
A mentira NÃO é uma arte mesmo. Inclusive, em literatura, não há mentira, há ficção, a criação de uma realidade; de resto, verdadeira para o escritor (ainda que muitas vezes ele não saiba) e para o leitor (no momento de concentração, no qual ele "entra" no livro).
ResponderExcluirGostei muito da crônica.
vc parece mesmo ser muito verdadeiro, isso é uma coisa difícil, pq sempre precisamos mentir um pouco para esconder certas coisas...eu às vezes prefiro omitir do q magoar...
ResponderExcluiré verdade rs.
ResponderExcluirbjosss...
Existem mentiras brancas e mentiras negras, e entre elas muitas sombras de mentiras cinzas. Mentiras contadas sem nenhum traço de compaixão, mentiras que preservam sua dignidade, mentiras que dissolvem a dor.
ResponderExcluirTodos mentem!
Saudações literárias, querido. É um prazer tê-lo no meu blog, DE VERDADE!
Existem mentiras brancas, mentiras negras, e entre elas muitas sombras de mentiras cinzas. Mentiras contadas sem nenhum traço de compaixão, mentiras que preservam sua dignidade, mentiras que dissolvem a dor.
ResponderExcluirTodos mentem!
É um prazer tê-lo em meu blog querido. Lindo texto.
" Verdade sem amor é crueldade. "
ResponderExcluirRealmente às vezes a verdade machuca demais! É melhor deixa-la guardada!
Mas como se diz: A mentira tem perna curta!;D
=*
Tudo muda, o tempo todo. E, às vezes até as nossas mais convictas verdades morrem para dar lugar a outras...
ResponderExcluir"Dizem que não só mentimos várias vezes todos os dias como também aceitamos naturalmente a mentira alheia, é a chamada “mentira branca”, “mentira social”. Mente-se para evitar conflitos, por estratégia, obrigação, preguiça, medo, cobiça, conquista, quando consideram a verdade desnecessária."
ResponderExcluirVerdade desnecessária? Então mentem o necessário? Claro!
Muito clara a imagem da atualidade.
O "império" da democracia, depois de um ato terrível, o ataque aéreo às torres gêmeas, invadiu países e matou milhões de inocentes; imperou a verdade!!!
Mas a Verdade, filosoficamente e vital para a evolução da espécie, ainda está por detrás da mentira.
Obama, o "imperador" não se contém diante de um belo rabo, trai a "imperadora" diante dos olhos dela e das câmeras, que leva tal imagem ao resto do mundo; será que é verdade, ou será manobra da "mentira branca/social"?
Oh tema bom para uma dialética universal e difinitiva!!!
Grande Hneto
Você escreve muito bem e isso não é mentira.
ResponderExcluirPor aqui, no mundo virtual, também existe muita mentira. Cansei de escrever "lixo" e todos tecerem mil elogios. Não sabendo elas que eu sou terrivelmente crítica, principalmente comigo, com o que escrevo. Sei exatamente quando escrevo "porcaria"
(nesse comentário estou perto disso)
:)
Todos preferem uam mentira bem contado do que uma verdade escancarada.
E não é o único nessa vida que tem poucos amigos por falar o que não querem ouvir, também estou nesse meio.. Quase um ET.
Beijo!
Faz dias que escolhi o silêncio... dias sem voz por amor à verdade. Se uma mentira grande é imperdoável, o que faz da mentira branca não ser? Tem um limite para mentir então? Não acho coerente. Por isso, silêncio.
ResponderExcluirSaudações, poeta.
O silêncio é refúgio, sim. E no silêncio, o som não faz sentido. No som, o sentido é o silêncio.
ResponderExcluirEm tempos modernos de enganação, transformaram a verdade numa espécie de fatalidade, a verdade é insuperável,mas o que é ela afinal? Abraço.
ResponderExcluirAdorei :)
ResponderExcluirRevi ontem (ou já seria hoje?) "O Sol por Testemunha", realmente é um grande filme. Alain Delon continua ótimo com suas mentiras.
ResponderExcluirDetesto mentiras, mas até as verdades são relativas e temporais...
ResponderExcluirBom texto!
Abraços e obrigada pelas visitas ao meu blog.
Gosto muito de "O sol por testemunha". A mentira tem perna curta. Não sei mentir, não sei fingir. Sou muito transparente. Acho a verdade sempre necessária, mas, às vezes, ela pode machucar demais. Tem momentos que não quero mentir, ma não tenho coragem de falar a verdade, então, prefiro calar. Escolho o silêncio. Abraço, Herculano.
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