PRIMER (EUA, 2004)
Direção: Shane Carruth
Com apenas, inacreditáveis, sete mil dólares, um matemático desencantado com a profissão decidiu escrever, dirigir, atuar, compor a trilha sonora, escalar um elenco amador, usar a própria garagem como estúdio de filmagem, editar em um computador caseiro, e mesmo sem utilizar nenhum efeito especial, acabou realizando uma das melhores ficções científicas da história do cinema, e a melhor no sub-gênero “viagem no tempo”, sem dúvidas. Com um roteiro que consegue tratar da maneira inteligente os paradoxos temporais, o calcanhar de Aquiles desse tipo de produção, PRIMER é um quebra-cabeças que exige do espectador a máxima atenção, são tantos os detalhes que é necessário ser visto mais de uma vez. E acredite: a cada exibição o filme fica ainda mais interessante.
Direção: Shane Carruth
Com apenas, inacreditáveis, sete mil dólares, um matemático desencantado com a profissão decidiu escrever, dirigir, atuar, compor a trilha sonora, escalar um elenco amador, usar a própria garagem como estúdio de filmagem, editar em um computador caseiro, e mesmo sem utilizar nenhum efeito especial, acabou realizando uma das melhores ficções científicas da história do cinema, e a melhor no sub-gênero “viagem no tempo”, sem dúvidas. Com um roteiro que consegue tratar da maneira inteligente os paradoxos temporais, o calcanhar de Aquiles desse tipo de produção, PRIMER é um quebra-cabeças que exige do espectador a máxima atenção, são tantos os detalhes que é necessário ser visto mais de uma vez. E acredite: a cada exibição o filme fica ainda mais interessante.
O OLHAR INVÍSIVEL
(La Mirada Invisible, Argentina, 2010)
Direção: Diego Lerman
(La Mirada Invisible, Argentina, 2010)
Direção: Diego Lerman
Com ecos de Lucrecia Martel, essa película se passa em 1982, quase que exclusivamente dentro do Colégio Nacional de Buenos Aires, durante os últimos dias da ditadura militar argentina. O microcosmo do colégio reflete, naturalmente, a repressão e rigidez que acometia o país naquela época. Marita, inspetora encarregada de vigiar o cumprimento das severas regras escolares, o olhar invisível do título, e que usa o seu cargo como pretexto para observar os alunos no banheiro, é a típica representante de uma classe média utópica, que em busca de valorização profissional vivia alheia ao regime ditatorial. Feito de breves gestos, de olhares, temos, novamente, outro bom exemplar do cinema argentino, mas afirmar isso é chover no molhado.
O ABRIGO
(Take Shelter, EUA, 2011)
Direção: Jeff Nichols
(Take Shelter, EUA, 2011)
Direção: Jeff Nichols
Sempre questiono se os distribuidores brasileiros, tão preocupados com estratégias de mercado, conhecem efetivamente a sétima arte quando vejo um filme como esse estrear diretamente em home vídeo. Espécie de primo-pobre de MELANCOLIA, de Lars von Trier, e A ÁRVORE DA VIDA, de Terrence Malick, O ABRIGO acompanha de perto Curtis, ótima performance de Michael Shannon, um homem dócil, introvertido, pai de família devotado, que tem sua rotina afetada quando a iminência de uma tempestade devastadora, que somente ele consegue observar, escutar e sentir, o leva a construir um abrigo subterrâneo, decisão que terá graves consequências em sua vida. Sem sabermos se essa tempestade é real, ou se compartilhamos dos delírios de Curtis, O ABRIGO possui mais incitações psicológicas do que mera angústia apocalíptica.