Para Jorge Bóris
Pegando carona num inusitado interesse da mídia pelo centenário do compositor e ator Mário Lago, e fugindo das onipresentes Amélias e Auroras, segue uma marchinha que ironizava a criação da Academia Brasileira de Música Popular, em 1941, intitulada "Caluda, Tamborins! ou de como o biltre do demo enredou em sua parlanda a trêfega Natércia" (traduzindo: "Silêncio, Tamborins! Ou como foi que o infame do diabo envolveu a alegria [de] Natércia no seu blá blá blá"), com uma letra hermética que contrapunha o simplismo do gênero, mas essa, provavelmente, não passará em nenhum especial da TV.Caluda, tamborins, caluda! Um biltre meu amor arrebatou.
No paroxismo da paixão ignota/ Supu-la um querubim, não era assim.
Caluda, tamborins, caluda... Soai plangentemente, ai de mim.
Vimo-nos num ror de gente /E, sub-repticiamente,
O olhar seu me dardejou.
Cáspite, por suas nédias madeixas/ Que suaves endechas
Em pré-delíquio o pobre peito meu trinou.
Fomo-nos de plaga em plaga, /Pedi-lhe a mão catita,
Em ais de êxtase m'a deu.
E o dealbar de um amor/ Em sua pulcra mirada resplandeceu, olarila!
Férula, ignara sorte/ Solerte a garra adunca
Em minha vida estendeu! Trêfaga ia a minha natércia,
Surge o biltre do demo/ Rendida à sua parlanda, ela se escafedeu.
Vórtice no imo trago.
São gritos avernais que no atro ódio exclamei.
Falena sou, desalada...
Ó numes ouvi-me: aqui del-rey!
No paroxismo da paixão ignota/ Supu-la um querubim, não era assim.
Caluda, tamborins, caluda... Soai plangentemente, ai de mim.
Vimo-nos num ror de gente /E, sub-repticiamente,
O olhar seu me dardejou.
Cáspite, por suas nédias madeixas/ Que suaves endechas
Em pré-delíquio o pobre peito meu trinou.
Fomo-nos de plaga em plaga, /Pedi-lhe a mão catita,
Em ais de êxtase m'a deu.
E o dealbar de um amor/ Em sua pulcra mirada resplandeceu, olarila!
Férula, ignara sorte/ Solerte a garra adunca
Em minha vida estendeu! Trêfaga ia a minha natércia,
Surge o biltre do demo/ Rendida à sua parlanda, ela se escafedeu.
Vórtice no imo trago.
São gritos avernais que no atro ódio exclamei.
Falena sou, desalada...
Ó numes ouvi-me: aqui del-rey!
Boa noite...Mario Lago, ah, como queria ter tuas memorias, historias, ser um alguem com dons tao maravilhosos...Mas porque voce faz poema mesmo? Por que sou toda sentimentos...abraços
ResponderExcluir100 anos de Mário Lago,
ResponderExcluirmas so vejo o machismo de Amélia por aí, a letra de "Caluda" é muito divertida, nem parece que é portugues, tem que ficar "traduzindo". E essa versão do Eduardo Dusek também é otima.
Gosto bastante desses poemas contraversos. Um pouco chamativo pela sua forma. Adorei!
ResponderExcluirAdorei a incantável canção: bom humor, uma poética de ourives, um português lusitano, metalinguístico e zombeteiro, carnavalesco! Provocou muitos risos silenciosos ! Muito legal mesmo, Herculano, adorei!Obrigada!
ResponderExcluirsempre admirei esse cara. tenho o maior respeito por ele.
ResponderExcluirabs
Que carona boa.
ResponderExcluirGrande Mario Lago
bjs
Um ótimo compositor... e um ator impecável que faz falta.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
A letra toda precisa de tradução. Não acho o interesse por ele inusitado, Mario Lago era homem multimídia, mesmo antes desse termo existi. No mais trabalhou nos meios de comunicação mais influentes do país.
ResponderExcluirConheço essa porque meu pai cantava.
ResponderExcluirPor que "inusitado", Herculano?
Um beijo.
Tá melhor o pé, guri, ou ainda anda aos pulos por aí?
=)
Lembro a sua interpretação do personagem Atílio na novela "O Casarão"... um desempenho que passados 30 e tal anos recordo.
ResponderExcluirDefinitivamente não é da minha época! rs
ResponderExcluirAdorei. :)
ResponderExcluirAdoro essa música, Herculano. Conheci num show que o Mário Lago fez aqui, quando já estava bem idoso. Abraço!
ResponderExcluirAs vezes eu me pergunto "pra onde foi tudo isso?" e não tenho resposta que me socorra. aff
ResponderExcluirbacio
um astro das mil artes ... perfeito em tudo o q se propôs a fazer nesta vida ...
ResponderExcluirporra! to lendo agora babo!vou ouvir mario agora na voz de orlando silva.se texto foi cortante como voce
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