Resolvi reassistir à novela VAMP, do remoto ano de 1991 (época em que eu havia recém-adentrado na adolescência e o mundo parecia ser um lugar menos hostil). Quem sabe eu só quisesse sentir o sabor da sopa da minha mãe novamente, o pão da padaria de Seu Vadu; ouvir a urgência dos amigos que me chamavam para escarafunchar as ruas do bairro em busca de diversão. A vida como se não houvesse amanhã, mesmo que o amanhã me reservasse prova de geografia no Polivalente. No entanto, algo passou a me incomodar já nos primeiros minutos. Poderia dizer que era a ausência de atores pretos no elenco (ironicamente a personagem mais “escurinha” se chama Branca) ou que após o “estamos apresentando” aguardei pelos intervalos comercias que não vieram, apenas um imediato “voltamos a apresentar”. Mas não era nada disso. Apesar do apelo da trilha sonora essa viagem nostálgica rumo ao início dos anos 90 na Baía dos Anjos, digo, Santo Amaro da Purificação não se concretizou e acabei desembarcando durante o terceiro capítulo. Talvez porque não existisse mais a sopa com pão na hora do jantar, meus velhos e saudosos amigos, a minha mãe.
sexta-feira, 31 de outubro de 2025
domingo, 27 de abril de 2025
CAIXA DE SAPATOS
Poderia ser uma playlist, mas são apenas referências esparsas
Tendo a Lua (Herbert Vianna/ Tetê Tillet)
Dublê de Corpo (Leoni/ Lulu Martin)
Minha Casa (Zeca Baleiro)
As Noites (Samuel Rosa/ Chico Amaral)
Mundo Perfeito (Nei Van Soria)
Aniversário (Roberto Mendes/Ana Basbaum)
quinta-feira, 3 de abril de 2025
UMA PLAYLIST PARA O MEU FUNERAL
sexta-feira, 28 de março de 2025
NAVIO MERCANTE
Há muito escritor ruim sendo publicado. Até aí nenhuma novidade, sempre foi assim. A diferença é que agora eles sabem se vender. Não adianta apenas ser escritor, é preciso dizer, principalmente para aqueles possíveis compradores do seu livro, acumulados numericamente na aba de seguidores, que você é um escritor – como produtos na prateleira do supermercado que não são o que aparentam ser. Não quero dar a entender que envelheci mal, na verdade sou até entusiasta de mídias sociais, só não me peçam para alimentar com migalhas de dopamina quem ousar acompanhar minha rotina em reels e stories opinando sobre a polêmica do momento ou humor com trends banais ou check-in de todo local que piso. Não, não me peçam isso; logo eu que não passo de um escritor ruim que não sabe se vender além de reclamar em uma rede social que ninguém acessa.



