terça-feira, 30 de maio de 2023

NO TOCA-FITAS DO MEU CARRO XIX

Sei que a nostalgia vende e, muitas vezes, é difícil escapar do seu apelo. Consumida, principalmente, por antigos jovens ávidos por dopamina, a nostalgia poderia ser um produto à venda nas melhores lojas do ramo (com campanha publicitária dirigida por Washington Olivetto e exibida na íntegra no intervalo do Fantástico). Poderia ser também a droga criada a partir das memórias do próprio usuário e atrelada ao seu DNA como na série Watchmen (2019). A nostalgia seduz, fascina, é um enigma já solucionado, é o que pejorativamente, e injustamente, chamam de zona de conforto. O show dos Titãs com sua formação clássica, e um repertório que com inevitáveis exceções vai do debut de 1984 até o controverso e maravilhoso álbum de 1991, é nostalgia pura, é saudade do que não vivi. Sempre afirmei que a banda deveria ter encerrado as atividades após o Acústico MTV (1997), que para o bem e para o mal definiu o template usado à risca pelos artistas seguintes. No entanto, prosseguiram colecionando erros e acertos ao gosto do freguês – mesmo que fosse um freguês nostálgico. 

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