terça-feira, 7 de agosto de 2012

EMANUEL

        Depois de ler uma matéria no jornal (sim, ainda leio jornais de papel) com todo clima de celebração em torno dos setenta anos de Caetano Veloso, decidi não reavaliar a obra do cara, mas tentar organizar meus velhos discos. No entanto, cada capa, cada dedicatória, trazia uma história para revisitar. No final, acabei mais bagunçando do que arrumando.      
      Ser conterrâneo de Caetano Veloso, ao contrário do que pode aparentar, não é fácil, principalmente quando você se encontra fora do seu torrão. Quando digo que sou de Santo Amaro, quase que consigo escutar o pensamento do meu interlocutor: “Meu Deus, outro que pensa que é artista”. Mas essa lógica-preconceituosa-de-botequim não é problema, pior é ter que prestar contas de cada declaração polêmica ou regravação de axé ou funk-carioca, como se fosse eu o culpado (quem é santoamarense sabe o que estou falando). 
        


Acima, a ótima versão da banda de indie rock inglesa MAGIC NUMBERS  para o clássico "You Don’t Know Me", 
faixa do disco "A Tribute to Caetano"
      

28 comentários:

  1. Quando alguém me diz que é de Santo Amaro, penso diferente!

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  2. Ler jornais e livros pelo meio digital me é torturante.. Há coisas que são insubstituíveis.. como o leve chiado de um LP.. Temo pelas próximas gerações, q terão uma relação virtual com tudo..

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    1. Quem sabe alguma geração futura
      seja mais analógica do que somos hoje.

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  3. Com certeza
    a postagem dos 70 anos
    menos 70 anos de Caetano,
    ponto de vista particular
    e original.

    Deve ser duro ser de Santo Amaro.

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  4. Digo que tenho 14 anos. Poderia dizer 30, a idade que tinha quando nasceu meu primeiro filho, em meio à alegria indizível de ter voltado para o Brasil. Mas também então me sentia adolescente. A descrição minuciosa das impressões de infância pode fazer crer que a idealizo como todo mundo. É que as experiências correspondentes na adolescência eu não vou descrever aqui. Mas, para mim, adolescentes são mais alegres do que crianças. Acho que sempre achei isso. Desde que era criança. Também quando era adolescente. Percebi que a idade adulta traz ainda maior firmeza a esse gozo da autonomia, mas o florescer dessa ventura ficou para sempre ligado, em meu imaginário, à puberdade. Então posso dizer que sempre fui adolescente. Quinze anos é a minha idade. Talvez 14. O resto são marcos exteriores que não me dizem respeito, como esse número 70 que a gravadora e meu escritório de produção colaram em meu nome no site que rola na internet. Para mim, mesmo esses marcos exteriores se submetem à estrita datação da viragem: tinha 69 anos até o dia 7 de agosto, período, de resto, em que Chico Buarque, que completou 68, ficou apenas um ano mais novo do que eu. Mais moderno, diria um santamarense (ou aquele jornal de Cachoeira cuja notícia virou crônica de Machado de Assis estudada por Roberto Schwarz, este último parecendo sacar ainda menos do que Machado que "moderno" no recôncavo baiano significa "jovem").
    Acho lindo o Cristiano Ronaldo e sua difusão mundial da música de Teló.

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  5. e eu que nem na bahia nasci, sou de feira de santana

    abraço

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  6. Nossa, eu tô desinformada demais! Nem sabia dos setenta anos de Caetano e nem que ele era de Santo Amaro, nem desse preconceito com seus conterrâneos :/ Coisa besta e triste né, a pessoa tem é que ter orgulho de onde nasceu, ainda mais sendo o berço de vários artista, e logo um como Caetano Veloso *-* E você é fã mesmo hein?!

    Estou seguindo =)
    Espero conhecer um dia sua cidade!
    Beijos
    Passa lá: http://livrosebatons.blogspot.com.br

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  7. Até no Estado da Bahia existe essa lógica-preconceituosa-de-botequim com o pessoal de Santo Amaro? Fora do estado, eu sei que existe, sim, mas com os baianos em geral. Quando eu digo que tive um bisavô baiano, tem gente que me diz: "Ah, então é por isso que você virou escritora! Baiano não nasce, estreia." Sou baiana honorária, por parte de bisavô, com muito orgulho. :) Abraço!

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  8. Essa releitura do Magic Numbers ficou foda!
    A parte em portugues de gringo ta uma delicia.
    Transa sempre será o melhor disco do Caretano
    (no fundo da foto é possivel ver a sua cópia em destaque).

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  9. Bela versão!
    E perspectiva interessante... Mas na verdade minha reação a Santo Amaro sempre foi "Meu Deus, mais um artista"...

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  10. Depois de 15 anos, hoje eu fiz as pazes com o Caetano. E "revisitei-o" com um incontrolável gosto de saudade...

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  11. Se você me encontrasse e me dissesse: "Sou de Santo Amaro" eu iria perguntar: "Conhece Dona Canô?" Fazer o quê, sou fã!

    E parabéns ao nosso Caetano Verboso, pelos 70 anos!!

    Abraços.

    PAZ e LUZ

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  12. Ainda prefiro ler papéis.
    Gostei muito, Herculano, dos discos dispostos na imagem, da música, do vídeo, da versão, e do "ave mauriia"...

    Parabéns a Caetano.

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  13. Meu querido Herculano Neto, mais um texto gostoso para ler, te conhecer, entender nossas origens rsrsrs e o peso que`as vezes ela carrega, enfim...li ontem mas não deu para comentar, então: EU AMO CAETANO.
    ps. Pude conhecer um pouquinho mais de Santo Amaro, tua terra, na tv ontem...
    ps.2 Meu carinho meu respeito meu imenso abraço.

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  14. Você é um grande fan do Caetano né?
    gostei muito do post e da música!
    -xoxo

    s2juuh.blogspot.com

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  15. É duro carregar estigmas de outrem...mexer em discos faz o pensamento divagar, mesmo. E também gosto de ler em papel. Um abraço!

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  16. Sou como você, ler notícias é pelo jornal mesmo!
    Sabe, conheço mal Caetano - num m'atira cum pedras, vai! - mas já sabia que era de Santo Amaro - olha só onde chegou a fama da terra, 'tá vendo?
    Bela música, fui espiar a tradução, por sinal num site brasileiro...
    É a hora de conhecer melhor Caetano Veloso!

    Beijo!

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  17. Ah, esqueci de perguntar: por que intitula o post de Emanuel? É outro nome do cantor?

    Rebeijo!

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  18. Eu também leio jornal de papel!!! Adoro aquele cheiro hahahaha ver os dedos meios sujos de tinta!!!

    Gosto muito de Caetano... No dia do aniversário dele até postei duas músicas no meu face: Vaca Profana (ele cantando com Maria Gadu) e Não Enche. A segunda fez mais sucesso, teve várias curtidas. Acho que está todo mundo meio assim... Não enche! só falta coragem para dizer.

    ;-)

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  19. Não envelhecer nunca. Esse cara mostra que é possível. E eu só acredito nessa plástica de alma, feita através do bisturi da arte que renova sempre. Assim eu queria, sim, aprender a "caetanear". Ser santoamarense tem seu preço, Herculano. Mas vale pagar.
    Beijos,

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  20. eu não sei do que você está falando.

    abs

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