Encostei meu vestido turquesa no disputado balcão de um bar no Rio Vermelho e consegui, sem muito esforço, que me servissem um daikiri. Foi quando me apresentaram à Capitu - bastante extrovertida e popular, ela era cumprimentada por todos que chegavam. Capitu quis estender a conversa além das formalidades de praxe, principalmente quando alguém disse que eu tocava bandolim num grupo de choro – fiz questão de corrigir, falar que isso fazia parte do meu passado, porém ela preferiu não escutar. Capitu gostou do meu nome, associou ao de uma cantora da Jovem Guarda que uma tia adorava, em troca evitei esboçar qualquer comentário sobre o seu, sabia que não soaria nada original (mas me contive quando descobri que ela morava no Barbalho e por pouco não cantarolei o primeiro verso do clássico “Tradição”, de Gilberto Gil). Acho que ela trabalhava com decoração de interiores, ou alguma coisa assim, e às quartas-feiras “arranhava no baixo” em uma daquelas bandas formada somente por garotas. Prometi ficar até ao final da sua apresentação, “para conversarmos melhor”, mas fui embora logo depois que elas começaram com toda aquela distorção gratuita. Com o drinque na mão, deixei que ela me visse saindo, durante uma versão hardcore para um sucesso da Madonna.
Visitar seu blog já se tornou um vício. Vício por leitura boa.
ResponderExcluirbjs
Às vezes é bom que o corte não seja à francesa.
ResponderExcluirO diapasão quebrado, que pena...Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirNOssa, a protagonista
ResponderExcluirera uma mulher?
Acho que estou
me apaixonando
por essa guria.
uma garota a nivel hardcore, como eu keria estar em um romance desse rs. Parabéns pela postagem.
ResponderExcluirSe não existindo, o romance nos oferta fragmentos bom assim, imagine só quando o for de fato.
ResponderExcluirBoas demais as palavras por aqui.
Bom também foi ter recebido sua visita.
Beijo!
Gostei muiiito!bjim
ResponderExcluirNao entendi direito, mas gosto de um texto sintetizado, e você faz isso.
ResponderExcluirAdorei essas microcenas. :D abs.
ResponderExcluirA "distorção gratuita" deve ter sido de peso, para atrapalhar o que poderia ser um bom começo!
ResponderExcluirUma pena, todos os romances que não começaram!
Obrigado por sua visita ao meu recanto!
Para um poeta criativo, até mesmo uma arma terrível como um submarino pode ter uma conotação poética e servir de inspiração!
As guerras e a violência nunca sufocarão a poesia!
Abraços!
Excelente!
ResponderExcluirNo início procurei no textos alguns vestígios de Machado, devido ao nome inspirador. Depois percebi que eram riquíssimos fragmentos de um romance que poderia ter acontecido. A saída foi genial!
Beijos
Mirze
Às vezes é bom que o corte não seja à francesa. [2]
ResponderExcluirDe qualquer forma foi bom pois rendeu esta pérola de postagem ...
bjão querido
Ficou um quê ....
ResponderExcluirdo que poderia existir.
Só a palavra fragmento já seduz
bjs
Queria ter
ResponderExcluirescutado essa Madonna
r'n'roll.
Com LS, a atriz & musa, a prosa atinge tons de evanescência...
ResponderExcluirO cigarro, "Charm", deu o indício de que o narrador era uma mulher. Porém, há homens fumam Charm. So...
ResponderExcluirO drink na mão me fez lembrar uma frase da Penélope Cruz em Vanilla Sky:
"É a garota mais triste que já segurou um martini".
No caso dela, um daikiri.
Não consigo associar a atriz à personagem. A personagem me parece mais velha, um pouco. Sei lá, coisas do imaginário...
Escrito bom é isso, faz o leitor viajar e imaginar...
Eu posso dizer a sorte que foi entrar hoje aqui- ler essa delicia me fez querer repetir,,, rs
ResponderExcluirUm abraço amigo e uma ótima tarde!
Espero por vc no Alma!
ótimos elementos usados neste romance, gostei :)
ResponderExcluirVai ver só que a distorção gratuita cortou qualquer possibilidade de contato maior. Ás vezes se quer o original, ou um coração muito limpo.
ResponderExcluirnunca existiu? mas tb tem beleza a ficção!
ResponderExcluirE se ela estivesse falando sério?
ResponderExcluirE se não estivesse?
Um beijo.
Teria ela acompanhado a saída com os mesmos olhos de ressaca da outra?
ResponderExcluir"Conheci uma garota que era do Barbalho
ResponderExcluirUma garota do barulho
Namorava um rapaz que era muito inteligente
Um rapaz muito diferente".
Bem interessante.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
maravilhaa, adoreii... =DD
ResponderExcluirCaro amigo
ResponderExcluirHá nas tramas
bem escritas,
a vontade
de continuar
a leitura
e a de imaginar
na realidade
os personagens.
Que os sonhos te envolvam
a vida, sempre...
Ela saiu e nem ao menos soubemos seu nome. Quis ser vista saindo: acho que ela não gosta de dissimular nada, manda o recado direto. É ânima do Herculano? :-) Quem sabe...
ResponderExcluirbeijos,
Encostou seu vestido turquesa no balcão, pediu um daikiri, pensou na musica do Giberto Gil, não gostou do som da capitu e saiu de fininho.
ResponderExcluirAinda bem que é só um conto, programinha einh
Adorei teu comentário no enfim...
Abraço
aqui encontro a letra, o verso, o texto. muitobom querido, sempre encantas-me com teus textos.
ResponderExcluirAmigos um belo dia do amigo pra vcs... na musica do milton nascimento e fernando brant a belíssima _Canção da América_, nada pode representar melhor um amigo e a sua importância...
Canção da América
Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
com seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
com a lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância, digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Pois, seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.
depois disso é esperar que nossos corações emocionem-se com nossas amizades como emocionamo-nos qdo ouvimos esta declaração de amor, tão maravilhosamente interpretada na voz do meu querido milton nascimento.
e esperar que cada um de nós escute o que fala o nosso coração...ate pq tudo que eu queria dizer eles já falaram, faço minha a voz deste gigante da nossa musica.
beijinhos queridos um belo dia do amigo todos...
Rascunhos2
Se eu fosse ela, teria esperado até o fim, porque a festa boa só começa depois do fim da festa formal.
ResponderExcluirPerdeu a melhor parte, bobinha!
Beijos!
Nice looking blog.
ResponderExcluirPor favor escreva só enquanto respirar.
ResponderExcluirbjs
Herculano, impossível não "sentir" lirismo em tudo o que você escreve, até nas suas observações.
ResponderExcluirOs Fragmentos de um romance que nunca existiu precisavam de uma presença, e essa presença foi Léa Seydoux, sua estampa é lírica. Só a vi em Bastardos Inglórios, e depois, ao lado do seu texto. Logo, a imagem dela me fez (tentar) associá-la ao texto, o que não consegui, como comentei. Não sabia se o intuito era esse, mas foi assim que senti. Por que há textos e textos, e há os textos que eu não apenas leio, mas, sinto. Sou assim, cheia dos "sentir". Senti os Fragmentos, talvez porque eu carregue fragmentos de um romance que nunca existiu. Talvez. Nunca saberei.
Olá1
ResponderExcluirGostei imenso de ler este pequeno texto ...
tem "ganas" de escrita pura!
Parabéns e ... obrigado por este bocadinho, por este presente!
Fica bem, bom fim de semana.