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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

BRAVO!

última, e melancólica, capa da BRAVO!
Nunca gostei de ser assinante de revistas, gosto de ir até à banca, perguntar se já chegou, folhear outras publicações, conversar com o jornaleiro, comentar as manchetes dos jornais, a rodada do Brasileirão... Uma das revistas que sempre compro é a BRAVO! (foi uma satisfação especial ter meus contos publicados em suas páginas) e agora me vejo meio órfão com a notícia de que a editora Abril cancelou sua publicação. Os argumentos comerciais da editora até poderiam fazer algum sentido, como o baixo número de anúncios publicitários, a perda de leitores das mídias impressas frente à evolução digital e o baixo número de exemplares vendidos mensalmente (cerca de vinte e oito mil, entre assinantes e compradores espontâneos). Mas um dos títulos mais interessantes da editora fundada por Victor Civita deveria ter sua existência garantida, independentemente da quantidade de anunciantes. A BRAVO! era mais do que isso.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ELVIS NÃO MORREU

        Basileia, 1983.
        Os últimos anos de investigação me levaram àquele chalé. No início, encarei como mais um extravagante trabalho, depois se tornou quase obsessivo. Os contratantes me dispensaram ainda nos primeiros meses, alegaram que estavam convencidos de que ele realmente tinha morrido. Mas eu quis continuar por conta própria, era pessoal.
        Quando eu adentrei o salão, decorado com antigos quadros, ele estava sentado na poltrona, de frente para a lareira - parecia muito mais gordo do que em sua última aparição. Sem olhar para mim, ele falou num tom de voz tranquilo e extremamente grave:
        — Creio que você sabe que não poderá sair daqui.
        — Sei, mas isso é o que menos importa.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SACIZEIRO

Se fosse numa obra do Monteiro Lobato, sacizeiro poderia até ser uma árvore encantada no meio da floresta, mas aqui, na 15ª DP, sacizeiro é o usuário de crack que mantém o vício através de pequenos furtos, é o elemento mais nocivo da sociedade, é aquele que perambula pelas ruas feito um zumbi, totalmente sequelado, amedrontando e abordando a população, pedindo centavos, na maior noia, ou no saci, como eles mesmos dizem. Sacizeiro é uma referência ao Saci-Pererê, devido ao uso do cachimbo para o consumo das pedras, numa alusão infeliz – minha infância não merecia uma homenagem dessas.
           Todos os dias, detínhamos mais de uma dezena, mas terminávamos liberando a maioria, não teria espaço para tanta gente aqui. Depois que os comerciantes do centro da cidade nos contrataram para formar uma milícia, nem nos damos mais ao trabalho: derrubamos o vagabundo onde ele estiver. A mídia não divulga as mortes para não aparecer neguinho dos Direitos Humanos fazendo barulho por causa de pombo sujo. Nosso trabalho é festejado em silêncio.
           Antes de eliminar o indivíduo, costumo quebrar sua perna com um bastão de beisebol, que meu filho trouxe de Orlando. Então, mando o malandro pular com uma perna só, para, finalmente, poder acertá-lo com um tiro na cabeça.


Trecho do livro inédito, QUERO SER PAULO CÉSAR PEREIO, 
publicado na revista Bravo!, edição de novembro, 2010
(ainda, nas bancas).

sábado, 13 de novembro de 2010

NA BRAVO!

 Leia alguns contos do livro inédito QUERO SER PAULO CESAR PERÉIO, de Herculano Neto, na revista Bravo! edição 159. Nas bancas.
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