sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

SOCIAL DISTANCIAMENTO X

Diários da pandemia ou notas perdidas nas páginas ociosas de uma velha agenda

(Maio, 2021)

Onde estiverem dois ou mais escritores reunidos fatalmente surgirá o questionamento/curiosidade/falta do que falar se você está escrevendo algo no momento. Mesmo que o projeto apenas habite a sua cabeça, ou gaveta, bastará revelar a ideia do título para surgirem teóricos que dissequem com maestria sua escolha. Conheço autores que são hábeis em cunhar títulos para os seus livros, existe toda uma lógica/ciência envolvida que vai desde a extensão e sonoridade até o uso de palavras a ser evitadas. Há outros que são especializados em arte da capa, alguns desses livros mereceriam um quadro na parede da sala de estar e não a poeira da biblioteca. Tem ainda os que conseguem os prefaciadores mais sagazes, que realizam a proeza do trabalho parecer mais interessante do que ele verdadeiramente é, além dos que dispõem das fotos mais bacanas na orelha do livro, como se fossem astros do rock dos anos 80 no encarte do vinil. Sei que o livro é um produto e que precisa ser vendido (não sou tão ingênuo, só um pouco chato), mas a máxima de não julgar um livro pela capa parece não valer para livros. 


(Junho, 2021)

O “fique em casa” da pandemia me possibilitou ler/reler muitos livros, acho que nunca li tanto. Quase caí, inocentemente, na tentação de postar em alguma rede social as leituras concluídas, mas logo lembrei daqueles que fazem gincana no Instagram contabilizando com soberba cada obra lida e rapidamente desisti. 


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