quarta-feira, 20 de junho de 2012

ALÉM DO QUE SE VÊ II

BILLY ELLIOT (Inglaterra/França, 2000)
Direção: Stephen Daldry


Na inacreditável filmografia de Stephen Daldry, com quatro filmes e três indicações ao Oscar (por “As Horas”, “O Leitor” e “Tão Forte, Tão Perto”), talvez “Billy Elliot” tenha sido o que mais merecesse essa honraria, não apenas pela vitória de “Gladiador”, mas porque o considero melhor que alguns indicados de 2001, como “Erin Brockovich” ou “Chocolate”. Na Inglaterra de 1984/85, Billy, Jamie Bell de “Querida Wendy”, é um jovem que vive com as lembranças da mãe falecida, o pai, o revoltado irmão mais velho e a avó esclerosada no subúrbio de uma cidade operária do interior da Inglaterra, em meio a crise provocada no país pela greve dos mineradores. Sem habilidades para o treinamento do boxe, ele termina, por acaso, descobrindo sua verdadeira vocação: o balé clássico. "Cosmic Dancer”, do T-Rex,não sai da memória.
    

SAMSON & DELILAH
(Austrália, 2009)
Direção: Warwick Thornton 

Samsom e Delilah são dois jovens de descendência aborígine que vivem no inóspito deserto australiano, em um ambiente da mais absoluta modorra, onde nada parece subverter a ordem do tédio e onde o silêncio acaba sendo uma solução natural – praticamente não escutamos a voz do seu protagonista, em contrapartida a música é um elemento constante e que muitas vezes funciona como válvula de escape (incluindo em sua trilha sonora uma inusitada versão de “Talismã”, sucesso da dupla Sullivan e Massadas). O uso de “não-atores” torna ainda mais forte a jornada do casal, que culminará numa desalentada estadia nas ruas da metrópole, por motivos que não vale a pena aqui relatar, além de trazer questões sociais e culturais. O afeto, que brota à fórceps, torna esta uma das melhores histórias de amor já realizada pelo cinema. Prêmio Câmera D’Or em Cannes. Sugestão de Daniela Delias.


CINEMA VERITÉ (EUA, 2011)
Direção: Shari Springer Berman e Robert Pulcini

Filme produzido pela HBO sobre os bastidores da série televisiva An American Family, que foi ao ar em 1973 e acompanhava os passos dos Loud, uma típica família estadunidense, nos moldes do que hoje chamamos de reality show. Inspirado pelo cinema-verdade, o documentarista Craig Gilbert propôs à recém-criada TV pública uma “experiência em antropologia cultural”, mas em vez de mirar as lentes para culturas exóticas e distantes, a ideia era observar de perto a sociedade americana, o que resultou num imenso sucesso. Aos poucos, as máscaras da família perfeita caem diante das câmeras: um filho que se assume homossexual, outro que não quer perpetuar o negócio familiar, traições e um casamento desfeito. Alternando ficção com cenas reais, “Cinema Verité” tem Tim Robbins e Diane Lane em  bons momentos de suas carreiras. Massacrados pela opinião pública, a família Loud jamais seria a mesma, nem a maneira como assistimos à televisão.

15 comentários:

  1. Oi Herculano!

    Billy Elliot é muito bom! Anotei aqui a tua dica sobre "CINEMA VERITÉ". Muito legal essa troca!

    Bjo

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  2. Billy Elliot eu já assisti umas três vezes, e quero assistir Sansão e Dalila ^^

    Blog Bruna Morgan

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  3. Adoro o filme Billy Elliot! Sempre revejo.
    Sobre os outros, só fiquei sabendo deles agora. Obrigada, rs...

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  4. O primeiro e já vi e realmente é um ótimo filme,trata de toda a problemática do garoto em função da vocação no mínimo "diferenciada" para os habitantes da cidade e para o pai.

    ótimas escolhas.bjin

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  5. Não assisti nenhum desses :(
    Ando numa fase onde escolho filmes "água com açucar", talvez com preguiça de ficar pensando se algo mexer comigo.

    Vou procurar por eles. Aqui na minha grande e bela cidade é difícil encontrar uma boa locadora. E nem me fale para procurar algum lugar para baixar da net. A única vez que fiz isso, veio um vírus de brinde. Acabou com o meu HD. :(

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  6. Para mim,
    que não irei viajar no São João,
    salvou o meu fim de semana.

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  7. Dos três, só vi o primeiro e gostei muito mesmo. Vou procurar os outros. Abraço!

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  8. Legal suas dicas. A segunda história eu não conheço, mas Billy Elliot é bem peculiar. Eu gosto. Um abraço!

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  9. Não vi nenhum desses e ainda me considero um cinéfilo... rsrs é nessas e outras horas que vemos que nunca vamos ler todos os grandes livros e ver todos os grandes filmes durante somente essa vida.

    Daniel

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  10. Dicas anotadas. Obrigada por compartilhar.

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  11. Billy Elliot me faz lembrar de Tomboy e Meninos Não Choram. Acho que vou fazer uma sessão temática e ver todos. Samson & Delilah eu não conhecia, e Cinema Verité acho interessante. Tem passado direto na TV. Vou dar uma olhada na programação.
    bjo

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