Polanski e Sharon Tate (fotografia de David Bailey) |
ROMAN POLANSKI
Filho de poloneses, Roman Polanski nasceu em Paris, em 1933, com o nome de Rajmund Liebling. Pouco antes do holocausto, a sua família, lamentavelmente, resolveu retornar à Polônia - resultando na morte de sua mãe num campo de concentração. Polanski conseguiu evitar a prisão e escapou do Gueto de Cracóvia, vivendo esse período se escondendo em diversos lugares. Com o fim da guerra, concluiu seus estudos na escola de cinema de Lódz, na Polônia. Produziu alguns curtas antes do seu primeiro longa-metragem em 1962, A Faca na Água, que foi bem recebido pela crítica mundial e o lançou numa bem sucedida carreira internacional.
A FACA NA ÁGUA (Nóz w wodzie, 1962)
Estreia de Polanski, acompanha 24 horas da vida de um entediado casal urbano que quase atropela um jovem numa estrada e acaba oferecendo uma carona para o rapaz, convidando-o a passar o dia velejando, e usando-o em seus jogos. O filme teve grande destaque nos EUA, sendo indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e ganhando uma surpreendente capa da revista Time (curiosamente o Ministério da Cultura da Polônia recusou o filme devido a “falta de compromisso social”, provavelmente por ser um trabalho que não abordava os horrores da guerra). O ambiente claustrofóbico vivido no barco seria retomado em outras obras do diretor.
REPULSA AO SEXO (Repulsion, 1965)
Carol Ledoux (Catherine Deneuve) é uma mulher tímida que trabalha como manicure em um salão de beleza londrino. Sua beleza desperta a atenção dos homens ao seu redor, embora ela seja sexualmente reprimida. Sozinha em casa após a viagem de duas semanas da irmã, Carol entra numa paranóia aterrorizante, com direiro a mãos que surgem da parede, cenas mudas de estupro e um coelho apodrecendo. O passado da protagonista não é desenvolvido, mas a imagem final é sintomática. Primeira parte da suposta “trilogia do apartamento” (que ainda inclui “O Bebê de Rosemary” e “O Inquilino”).
O BEBÊ DE ROSEMARY (Rosemary's Baby, 1968)
Um dos melhores suspense (ou terror) de todos os tempos marca a estreia de Polanski em Hollywood. Rosemary (Mia Farrow) e seu marido (John Cassavetes), um ambicioso e mal sucedido ator, mudam-se para um apartamento em Nova York, onde conhecem um invasivo casal de idosos que mora ao lado. Após Rosemary engravidar em circunstâncias inusitadas, sua gravidez será cercada por excessivos e estranhos cuidados de todos que a cercam, até ela desconfiar que existe algo muito sinistro em tudo isso. Sem assustar gratuitamente, o filme ainda surpreende.
CHINATOWN (1974)
Jack Nicholson é J.J. Gittes, um detetive particular especializado em casos matrimoniais na Los Angeles dos anos 30. Contratado por uma misteriosa mulher da alta sociedade para investigar o marido dela, ele se vê envolvido numa trama bem mais complexa que mera infidelidade. Gangsteres, corrupção, assassinatos e incesto fazem parte de uma sucessão de reviravoltas, favorecidas pelo acentuado clima noir, em um dos melhores roteiros da história do cinema. Recebeu o Globo de Ouro de melhor filme dramático, melhor diretor e melhor ator para Jack Nicholson, além do Oscar de roteiro original. Roman Polanski faz um divertida (?) participação como “o homem com a faca”.
O INQUILINO (Le Locataire, 1976)
Terceira e última parte da, suposta, “Trilogia do Apartamento”, é, certamente, o mais injustiçado trabalho do diretor. O próprio Polanski interpreta o kafkiano Trelkovsky (um polonês, funcionário de repartição, que vive em Paris) neste instigante thriller psicológico. Afetado pelo suicídio da desconhecida e ex-locatária do seu apartamento, Trelkovsky passa a vestir as roupas abandonadas e a assumir aos poucos a personalidade dela, acreditando que os hábitos suspeitos dos seus vizinhos, num antigo e estranho edifício residencial, levaram-na à loucura e que agora eles estão fazendo o mesmo consigo. Seria ela a verdadeira “inquilina” em sua cabeça ou ele o “inquilino” na cabeça dela? O desfecho cíclico oferece vários entendimentos. Aqui, o desgastado adjetivo hitchcockiano nunca soa leviano.
Carol Ledoux (Catherine Deneuve) é uma mulher tímida que trabalha como manicure em um salão de beleza londrino. Sua beleza desperta a atenção dos homens ao seu redor, embora ela seja sexualmente reprimida. Sozinha em casa após a viagem de duas semanas da irmã, Carol entra numa paranóia aterrorizante, com direiro a mãos que surgem da parede, cenas mudas de estupro e um coelho apodrecendo. O passado da protagonista não é desenvolvido, mas a imagem final é sintomática. Primeira parte da suposta “trilogia do apartamento” (que ainda inclui “O Bebê de Rosemary” e “O Inquilino”).
O BEBÊ DE ROSEMARY (Rosemary's Baby, 1968)
Um dos melhores suspense (ou terror) de todos os tempos marca a estreia de Polanski em Hollywood. Rosemary (Mia Farrow) e seu marido (John Cassavetes), um ambicioso e mal sucedido ator, mudam-se para um apartamento em Nova York, onde conhecem um invasivo casal de idosos que mora ao lado. Após Rosemary engravidar em circunstâncias inusitadas, sua gravidez será cercada por excessivos e estranhos cuidados de todos que a cercam, até ela desconfiar que existe algo muito sinistro em tudo isso. Sem assustar gratuitamente, o filme ainda surpreende.
CHINATOWN (1974)
Jack Nicholson é J.J. Gittes, um detetive particular especializado em casos matrimoniais na Los Angeles dos anos 30. Contratado por uma misteriosa mulher da alta sociedade para investigar o marido dela, ele se vê envolvido numa trama bem mais complexa que mera infidelidade. Gangsteres, corrupção, assassinatos e incesto fazem parte de uma sucessão de reviravoltas, favorecidas pelo acentuado clima noir, em um dos melhores roteiros da história do cinema. Recebeu o Globo de Ouro de melhor filme dramático, melhor diretor e melhor ator para Jack Nicholson, além do Oscar de roteiro original. Roman Polanski faz um divertida (?) participação como “o homem com a faca”.
O INQUILINO (Le Locataire, 1976)
Terceira e última parte da, suposta, “Trilogia do Apartamento”, é, certamente, o mais injustiçado trabalho do diretor. O próprio Polanski interpreta o kafkiano Trelkovsky (um polonês, funcionário de repartição, que vive em Paris) neste instigante thriller psicológico. Afetado pelo suicídio da desconhecida e ex-locatária do seu apartamento, Trelkovsky passa a vestir as roupas abandonadas e a assumir aos poucos a personalidade dela, acreditando que os hábitos suspeitos dos seus vizinhos, num antigo e estranho edifício residencial, levaram-na à loucura e que agora eles estão fazendo o mesmo consigo. Seria ela a verdadeira “inquilina” em sua cabeça ou ele o “inquilino” na cabeça dela? O desfecho cíclico oferece vários entendimentos. Aqui, o desgastado adjetivo hitchcockiano nunca soa leviano.
Poderiam ter feito parte desta lista:
“Armadilha do Destino (Cul-de-Sac, 1966), A Morte e a Donzela (Death and the Maiden, 1994)
e O Pianista (Le Pianiste, 2002).
Também gosto dele. Gostei da seleção.
ResponderExcluirUm abraço
A maior porcaria filmada pode trazer um questionamento. Então assisto tudo.
ResponderExcluirAbraço
Que bom conhecer você através desse caminhar por entre filmes e seus cineastas fabulosos.
ResponderExcluirAbraço forte!
Realmente um dos melhores diretores ainda vivo.
ResponderExcluirNa expectativa estou para a estreia de "Carnage", e vê se ele poderá aparecer futuramente nesta lista.
E a ausência de "O Pianista" talvez seja imperdoável apenas porque não vi dois filmes que voce cita.
riquíssima seleção! abraços e boa semana!
ResponderExcluirAssisti a todos esses filmes, eu sou do tempo em que era adolescente quando saiu os principais sucessos desse grande diretor cinematográfico!!! Toda a trajetória do cinema eu lia, via, enfim...!!!
ResponderExcluirLindo blog!
Ivone poemas
henristo.blogspot.com
Oi, Herculano! Por isso que gosto de vir aqui, sempre tem dicas interessantes. Vou assistir os que me faltam. Abraço!
ResponderExcluirSó assisti "O Bebê de Rosemary" e até hoje nenhum outro filme me fez sentir tanto medo.
ResponderExcluir=*
Herculano
ResponderExcluirVocê me fez lembrar de dois filmes que assisti em São Paulo. Era jovem na época. Polansk um cineasta instigante era muito comentado
Chinatown - Filme de trama drama policial e ainda com Jack Nicholson era coqueluche .
O Bebê de Rosemary, embora agora não
ache, mas me parecia aterrorizante.
Enfim, foram filmes com sucesso de bilheteria. Já enfrentávamos fila
na época.
Interessante texto.
um abraço
A coisa está feia para o meu lado. Só vi três :(
ResponderExcluirbeijo
Não sou muito de filmes, sou mais dos livros. E sempre fico sem assunto quando o assunto é filme.
ResponderExcluirFazer o que...
um abraço
Desses da sua lista, só vi "O bebê de Rosemary" e quero muito ver os outros 2 da trilogia do apartamento. Tks por me lembrar desses filmes!
ResponderExcluirDos outros, também curti "A Morte e a Donzela" e "O pianista" e gostei bastante do "Escritor Fantasma".
bjo
Grande lista rapaz...
ResponderExcluirParabéns!
O Pianista é um dos melhores dramas, e com certeza a "Trilogia do Apartamento" é perfeito, os 3, assisti os 3 por causa de um amigo que insistia dizendo que era uma trilogia, agora você me confirmou :)
ResponderExcluirgood to know. thanks for share. de todos esses, só assisti ao bebê de rosemary... é um clááásico, não?
ResponderExcluirsobre o último filme, não que tenha a ver com o do hitchcock, mas apenas uma livre associação pq tb vi recentemente: ele tem um chamado "the lodger" que achei beeem interessante!
bjs!
não assisti nenhum D:
ResponderExcluirEle é simplesmente um génio!
ResponderExcluirParabéns pelo fabuloso blog, com excelentes referências cinematográficas!
ResponderExcluirJá faz parte da minha lista de sítios a visitar regularmente.
Cumps cinéfilos.
http://sozekeyser.blogspot.com
Mas que prazer recebê-lo em meu blog! Fico imaginando; como é que eu nunca passei pelo seu blog antes? E se passei não me lembro (o que é pior ainda). Sua lista é ótima, e logo se vê que tem muito bom gosto. Eu particularmente, não sei dizer qual o melhor filme HAHA isso é extremamente difícil.
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