segunda-feira, 17 de outubro de 2011

MEUS FILMES PREFERIDOS (DOS MEUS CINEASTAS PREFERIDOS)

Polanski e Sharon Tate  (fotografia de David Bailey)
ROMAN POLANSKI

Filho de poloneses, Roman Polanski nasceu em Paris, em 1933, com o nome de Rajmund Liebling. Pouco antes do holocausto, a sua família, lamentavelmente, resolveu retornar à Polônia - resultando na morte de sua mãe num campo de concentração. Polanski conseguiu evitar a prisão e escapou do Gueto de Cracóvia, vivendo esse período se escondendo em diversos lugares. Com o fim da guerra, concluiu seus estudos na escola de cinema de Lódz, na Polônia. Produziu alguns curtas antes do seu primeiro longa-metragem em 1962,  A Faca na Água, que foi bem recebido pela crítica mundial e o lançou numa bem sucedida carreira internacional.



A FACA NA ÁGUA (Nóz w wodzie, 1962)
Estreia de Polanski, acompanha 24 horas da vida de um entediado casal urbano que quase atropela um jovem numa estrada e acaba oferecendo uma carona para o rapaz, convidando-o a passar o dia velejando, e usando-o em seus jogos. O filme teve grande destaque nos EUA, sendo indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e ganhando uma surpreendente capa da revista Time (curiosamente o Ministério da Cultura da Polônia recusou o filme devido a “falta de compromisso social”, provavelmente por ser um trabalho que não abordava os horrores da guerra). O ambiente claustrofóbico vivido no barco seria retomado em outras obras do diretor.

REPULSA AO SEXO (Repulsion, 1965)
Carol Ledoux (Catherine Deneuve) é uma mulher tímida que trabalha como manicure em um salão de beleza londrino. Sua beleza desperta a atenção dos homens ao seu redor, embora ela seja sexualmente reprimida. Sozinha em casa após a viagem de duas semanas da irmã, Carol entra numa paranóia aterrorizante, com direiro a mãos que surgem da parede, cenas mudas de estupro e um coelho apodrecendo. O passado da protagonista não é desenvolvido, mas a imagem final é sintomática. Primeira parte da suposta “trilogia do apartamento” (que ainda inclui “O Bebê de Rosemary” e “O Inquilino”).


O BEBÊ DE ROSEMARY (Rosemary's Baby, 1968)
Um dos melhores suspense (ou terror) de todos os tempos marca a estreia de Polanski em Hollywood. Rosemary (Mia Farrow) e seu marido (John Cassavetes), um ambicioso e mal sucedido ator, mudam-se para um apartamento em Nova York, onde conhecem um invasivo casal de idosos que mora ao lado. Após Rosemary engravidar em circunstâncias inusitadas, sua gravidez será cercada por excessivos e estranhos cuidados de todos que a cercam, até ela desconfiar que existe algo muito sinistro em tudo isso. Sem assustar gratuitamente, o filme ainda surpreende. 


CHINATOWN (1974)
Jack Nicholson é J.J. Gittes, um detetive particular especializado em casos matrimoniais na Los Angeles dos anos 30. Contratado por uma misteriosa mulher da alta sociedade para investigar o marido dela, ele se vê envolvido numa trama bem mais complexa que mera infidelidade. Gangsteres, corrupção, assassinatos e incesto fazem parte de uma sucessão de reviravoltas,  favorecidas pelo acentuado clima noir, em  um dos melhores roteiros da história do cinema. Recebeu o Globo de Ouro de melhor filme dramático, melhor diretor e melhor ator para Jack Nicholson, além do Oscar de roteiro original.
Roman Polanski faz um divertida (?) participação como “o homem com a faca”. 


O INQUILINO (Le Locataire, 1976)
Terceira e última parte da, suposta, “Trilogia do Apartamento”, é, certamente, o mais injustiçado trabalho do diretor. O próprio Polanski interpreta o kafkiano Trelkovsky (um polonês, funcionário de repartição, que vive em Paris) neste instigante thriller psicológico. Afetado pelo suicídio da desconhecida e ex-locatária do seu apartamento, Trelkovsky passa a vestir as roupas abandonadas e a assumir aos poucos a personalidade dela, acreditando que os hábitos suspeitos dos seus vizinhos, num antigo e estranho edifício residencial, levaram-na à loucura e que agora eles estão fazendo o mesmo consigo. Seria ela a verdadeira “inquilina” em sua cabeça ou ele o “inquilino” na cabeça dela? O desfecho cíclico oferece vários entendimentos. Aqui, o desgastado adjetivo hitchcockiano nunca soa leviano.



Poderiam ter feito parte desta lista:
“Armadilha do Destino (Cul-de-Sac, 1966), A Morte e a Donzela (Death and the Maiden, 1994) 
e O Pianista (Le Pianiste, 2002).

19 comentários:

  1. Também gosto dele. Gostei da seleção.
    Um abraço

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  2. A maior porcaria filmada pode trazer um questionamento. Então assisto tudo.

    Abraço

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  3. Que bom conhecer você através desse caminhar por entre filmes e seus cineastas fabulosos.

    Abraço forte!

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  4. Realmente um dos melhores diretores ainda vivo.
    Na expectativa estou para a estreia de "Carnage", e vê se ele poderá aparecer futuramente nesta lista.
    E a ausência de "O Pianista" talvez seja imperdoável apenas porque não vi dois filmes que voce cita.

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  5. Assisti a todos esses filmes, eu sou do tempo em que era adolescente quando saiu os principais sucessos desse grande diretor cinematográfico!!! Toda a trajetória do cinema eu lia, via, enfim...!!!
    Lindo blog!
    Ivone poemas
    henristo.blogspot.com

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  6. Oi, Herculano! Por isso que gosto de vir aqui, sempre tem dicas interessantes. Vou assistir os que me faltam. Abraço!

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  7. Só assisti "O Bebê de Rosemary" e até hoje nenhum outro filme me fez sentir tanto medo.

    =*

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  8. Herculano
    Você me fez lembrar de dois filmes que assisti em São Paulo. Era jovem na época. Polansk um cineasta instigante era muito comentado

    Chinatown - Filme de trama drama policial e ainda com Jack Nicholson era coqueluche .

    O Bebê de Rosemary, embora agora não
    ache, mas me parecia aterrorizante.
    Enfim, foram filmes com sucesso de bilheteria. Já enfrentávamos fila
    na época.

    Interessante texto.
    um abraço

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  9. A coisa está feia para o meu lado. Só vi três :(
    beijo

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  10. Não sou muito de filmes, sou mais dos livros. E sempre fico sem assunto quando o assunto é filme.

    Fazer o que...

    um abraço

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  11. Desses da sua lista, só vi "O bebê de Rosemary" e quero muito ver os outros 2 da trilogia do apartamento. Tks por me lembrar desses filmes!
    Dos outros, também curti "A Morte e a Donzela" e "O pianista" e gostei bastante do "Escritor Fantasma".
    bjo

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  12. O Pianista é um dos melhores dramas, e com certeza a "Trilogia do Apartamento" é perfeito, os 3, assisti os 3 por causa de um amigo que insistia dizendo que era uma trilogia, agora você me confirmou :)

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  13. good to know. thanks for share. de todos esses, só assisti ao bebê de rosemary... é um clááásico, não?

    sobre o último filme, não que tenha a ver com o do hitchcock, mas apenas uma livre associação pq tb vi recentemente: ele tem um chamado "the lodger" que achei beeem interessante!

    bjs!

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  14. Parabéns pelo fabuloso blog, com excelentes referências cinematográficas!

    Já faz parte da minha lista de sítios a visitar regularmente.

    Cumps cinéfilos.
    http://sozekeyser.blogspot.com

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  15. Mas que prazer recebê-lo em meu blog! Fico imaginando; como é que eu nunca passei pelo seu blog antes? E se passei não me lembro (o que é pior ainda). Sua lista é ótima, e logo se vê que tem muito bom gosto. Eu particularmente, não sei dizer qual o melhor filme HAHA isso é extremamente difícil.

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