Leio várias revistas todo mês, mas não sou assinante de nenhuma. Prefiro comprá-las na banca, gosto da expectativa, da surpresa, de perguntar ao jornaleiro se já chegou, de conferir as novidades juntamente com as manchetes da manhã.
A única vez que assinei uma revista, a finada SET, cancelei a assinatura com menos de um ano, não havia prazer nenhum naquela “praticidade”.
Penso de maneira parecida em relação à compra pela internet. Cultivo, ainda, o hábito de frequentar lojas físicas, mas nesse caso a concorrência é desleal: o mercado virtual tem melhores preços, produtos, variedades, raridades. Fui obrigado a me render. No entanto, quando minha compra chega, antes mesmo de conferir se tudo está em perfeito estado e conforme solicitei, passo a estourar o plástico bolha que envolve a mercadoria.
A única vez que assinei uma revista, a finada SET, cancelei a assinatura com menos de um ano, não havia prazer nenhum naquela “praticidade”.
Penso de maneira parecida em relação à compra pela internet. Cultivo, ainda, o hábito de frequentar lojas físicas, mas nesse caso a concorrência é desleal: o mercado virtual tem melhores preços, produtos, variedades, raridades. Fui obrigado a me render. No entanto, quando minha compra chega, antes mesmo de conferir se tudo está em perfeito estado e conforme solicitei, passo a estourar o plástico bolha que envolve a mercadoria.
Muitos se irritam com aqueles estalos, mas para mim eles têm uma função tranquilizante. São quase melódicos.
Faço isso desde criança, depois que chegou a velha geladeira. Fazia pausas entre um espocar e outro, estourava dois seguidos, três, eram minhas canções.
Faço isso desde criança, depois que chegou a velha geladeira. Fazia pausas entre um espocar e outro, estourava dois seguidos, três, eram minhas canções.
Sei que estilistas já utilizam as bolhinhas de ar em suas criações, que celebridades exibem por aí seus biquínis, seus vestidos. Sei, também, que há calendários e outros souvenires e que existem chaveiros que reproduzem infinitamente o “plec, plec”, mas não dá pra comparar com a ansiosa busca pela bolha que restou intacta.
Alguns hábitos não se perdem.
Alguns hábitos não se perdem.
Também me confesso apreciadora deste delicioso hábito!
ResponderExcluirUm grande bj
E são esses hábitos que mostram que realmente somos.. Também adoro estourar! :)
ResponderExcluirOutro dia me enviaram plástico bolha virtual... em tempo deixo o link aqui... estourar é terapêutico rsrs... :) Forte abraço
ResponderExcluirQue saudades! seu texto renasceu em mim uma infância que não me lembrava mais.
ResponderExcluirparabéns
Beth
Aí está uma recordação massa!!!
ResponderExcluirEstourar plástico bolha, uma das trilhas sonoras favoritas da minha infância (da nossa).
Beijinhos estourados...
A sua crônica me remeteu a uma calma provinciana, do tempo que as pessoas tinha uma rotina sem a pressa da modernidade que vive o presente minuto pensando no que é preciso fazer durante os próximos. Com a nossa preferência pela praticidade, sinto que perdemos a paisagem do percurso.
ResponderExcluirEspero rebuscar em mim a serenidade necessária para estourar as saudosas- e terapêuticas- bolhinhas de ar.
Estou pela primeira vez aqui e considero um feliz achado este blog! É revigorante ler a estes textos tão bem escritos. Meus parabéns pelo trabalho, você conquistou uma leitora.
Abraço ;)
Muito bom,
ResponderExcluircomo sempre.
Herculano,
ResponderExcluirContinuo com alguns hábitos comuns aos seus. Nunca fiz assinatura de revistas. Ainda não sou uma consumidora do mercado virtual e aprendi com as minhas filhas o gosto de estourar bolinhas (já existe de forma virtual também, mas prefiro in loco). Sou comodista para mudar e/ou apegada aos velhos hábitos, penso...
Beijos e bom domingo
Também preciso me deliciar nas lojas, e confesso que algumas vezes ainda pago o preço do produto nelas por achar estar embutido o valor sem preço do prazer de folhear livros, escutar cd´s, ver enfeites nas prateleiras, tomar um café enquanto olha o mundo ao redor. Beijos
ResponderExcluirUma crônica bastante simpática, gostei. Abraços, Yayá.
ResponderExcluirTambém guardo a mania de estourar plástico bolha...
ResponderExcluirSobre as revistas, não leio nenhuma, mas não me falta vontade... Não tenho recursos pra assinar, pois só estudo e não tenho nenhuma fonte de renda. Nas bancas aqui, da minha cidade, a variedade de revistas é insignificante, a maioria é sobre futilidades (na minha opinião).
Plec, plec, plec, plec...
ResponderExcluirTerapêutico. Difícil resistir.
fazer "plec-plec" é um tique, quase universal. Não é? É desentediante; relaxa, é tentador. Imagina esse plástico bolha, sendo a cabeça bolha de um um político corrupto. Plec!!
Seria um plec com muito gosto; e já era pra ele.
Abraços!
É bem verdade. Alguns hábitos são mesmo difíceis de mudar. Ainda hoje, nos tempos de 4shared, por exemplo, ainda compro cd original e isso me traz uma paz e euforia, que me tranquiuliza e revigora. Dá pra entender? Abraço, amigo.
ResponderExcluirPassa lá: www.sandesmeiodesligado.blogspot.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCostumava rolar no plástico bolha.
ResponderExcluirInté
ps: Tenho um pedaço na minha bolsa.
Olha eu sou da turma que acha irritante, rs... Até por que você começa e não consegue mais parar, vira vício esse treco, hahaha!
ResponderExcluirMas adorei a forma com que você lembrou das bolinhas, mas leve impossível, Bacana!
=)
Abç!
A crônica da simplicidade de atos por vezes esquecidos e nos dão tanto prazer!
ResponderExcluirPlec plec pra ti!
Herculano, sempre pratiquei a plasticobolhaterapia, ou a terapia do plástico bolha, como preferirem. Cheguei a comprar dois metros de plástico bolha só para estourar. As pessoas riem qdo conto isso... Ou me olham como seu eu fosse perigosa. Mas é um psicoterapeuta bem barato. Dois reais o metro.
ResponderExcluirSempre pensei nisso como terapia pura mesmo, mas agora lendo vc dizer "quase melódico",vejo quanta melodia há num estourar de bolhinhas plásticas. Melodia que irrita os outros, é verdade. Interessante que essa terapia só funciona se EU estiver estourando. Por que tbm me irrita a tal da melodia qdo é outra pessoa a estourar...
Sou uma web compradora, tudo pela net é pelo menos uns vinte (até mais) por cento mais em conta. E tudo vem com terapia. Minha tv de lcd veio com terapia, mas as bolhas eram muito grossas, difíceis de estourar. Frustrei.
Abraços.
Adoro... é uma terapia e tanto obrigada amigo pela sua ilustre visita ao meu Blog. abraços
ResponderExcluirEu também gosto de estourar essas bolhinhas. Mas não me tranquiliza, não...me deixa doida! KKK, com vontade de estourar mais e mais e mais...rs
ResponderExcluirParabéns pelo blog, mas me apaixonei por esse poema:
ResponderExcluirnão tenho medo de ser simples
tenho medo de ser oco
de ser vago
não tenho medo do esquecimento
tenho medo da lembrança feita de mágoa
do rancor
não tenho medo da rotina
da crise de meia-idade
da constância dos funerais
das mesmas conversas
dos mesmos amigos
dos mesmos amores
não tenho medo de ser raso
tenho medo do verão
tenho medo da saudade
tenho medo dos caminhos que não segui
das escolhas que não fiz
dos desencontros
Herculano Neto
Lindo de viver!!!
Aguardo sua visita, serás bem-vindo
Beijo na alma
Saudações Poéticas!
Texto interessante.
ResponderExcluirAbração.
O Falcão Maltês
Viajei pro passado enquanto lia esse texto...
ResponderExcluirAcredita que tem coisas que eu compro na net e só fico na expetativa da chegada por causa das bolhinhas?
ResponderExcluiraaha vc nem imagina como eu sou extremamente VICIADA nisso!
ResponderExcluirEstourar plástico bolha dá um prazer inegável...
ResponderExcluirBolinha por bolinha...uma a uma...kkk
Beijos amigo
Você me fez lembrar de mais duas coisas que eu também gosto de fazer digamos "fisicamente" ao invés de virtualmente: Ir a locadora alugar filmes e revelar as fotografias para ver na mão com "albinho" e tudo!kkkkk!
ResponderExcluirDá pra baixar filmes, ver as fotos no computador, mas cara...nem mesmo as facilidades tecnológicas me fazem perder esses hábitos!huahuahua!
bjs, paz e boa semana!
Sou uma criatura de rua, que gosta de caminhar, parar, olhar, conversar, perguntar. Só compro por aqui aquilo que não consigo de jeito algum no mundo "real".
ResponderExcluirBeijo.
Falando desse texto pra todo mundo que eu conheço e ama plástico bolha! E olha que não é pouca gente, rs.
ResponderExcluirMas esse texto é mais que o plástico bolha, esse texto fala de algo que se perdeu em algum momento das nossas vidas...
Ja faz um bom tempo q não estouro bolhas de plástico. Me deu vontade!
ResponderExcluir=)
bj Herculano!
A questão é até onde vai a praticidade dessas compras, o que é um fato, e até onde isso pode ser mais um entrave da socialização (entre todos os existentes), que acabam por nos racionalizar de forma exacerbada.
ResponderExcluirConcordo com você, também sou rendida às compras virtuais. rs
Abs.
Adorei...Relembrando a infância...
ResponderExcluiré verdade, não se prefiro estourar ou ficar procurando a bolha intacta
ResponderExcluirJá perguntei tantas vezes a Manoel se a PLACAR já tinha chegado e ele sempre avisava quando surgia alguma edição extra no decorrer do mês.
ResponderExcluirParece que sempre tem um jornaleiro gente boa perto da nossa casa. Fiz um levantamento, sem nenhum rigor científico, e cheguei a esta conclusão.
errrr... ainda mantenho esse vício!!
ResponderExcluirComo tudo hoje é doença, até o prazer de estourar bolhas de plástico querem retirar, com o diagnóstico de TOC.
ResponderExcluirSerá que vão classificar a compra de revistas na banca e produtos na loja como TOC também?
Fiz o meu Plático Bolha inspirado no seu texto. Não escondo. Fiz questão de postar na mesma semana. Não falei que era uma fã secreta?
ResponderExcluirBeijos
Embora faça minhas comprinhas virtuais, não há como negar que as lojas físicas são infinitamente mais legais. E tb prefiro escolher minhas revistas na banca de jornal, o que faz com que eu sempre compre mais revistas do que pretendia...
ResponderExcluirE a quem querem enganar com esses dispositivos e programas virtuais de "plástico bolha"? Taí uma coisa que não pode ser substituída.
Bjo