Poema Convulsivo
(Fabrícia Miranda)
Essa noite é de romances bizarros
Guardo uma navalha no bolso
para o caso de um flagelo
Por trás do meu rosto um medo
e por trás do medo um rosto.
Hoje estou excepcionalmente bela
com olhos de rímel e lágrimas
e cabeleira desgrenhada
E agora, de tão tarde, conto apenas comigo
para falar de mim mesma.
Guardo uma navalha no bolso
para o caso de um flagelo
Por trás do meu rosto um medo
e por trás do medo um rosto.
Hoje estou excepcionalmente bela
com olhos de rímel e lágrimas
e cabeleira desgrenhada
E agora, de tão tarde, conto apenas comigo
para falar de mim mesma.
(Poema do livro Ritos de Espelho, 2002)
Fabrícia Miranda (ou simplesmente Fulana Miranda) é uma poeta carioca radicada na Bahia. É do signo de Peixes com ascendente em Touro e lua em Áries. Formada em Letras pela UFBA, é uma das principais representantes da poesia baiana contemporânea e da nova geração de poetas brasileiros. Publicou, pela Fundação Casa de Jorge Amado, o livro de poemas RITOS DE ESPELHO, em 2002.
Outros poemas de Fabrícia Miranda em seu blog:
Grata surpresa encontrar (numa noite chuvosa de quarta-feira com futebol e horário politico) uma poesia feminina sem feminices.
ResponderExcluirGostei, obrigada pela dica1 Se cuida! Bju
ResponderExcluirHerculano, estranhamente me lembrei do filme Sweeny Todd...
ResponderExcluirMas com certeza os livros de Alice são bons lugares para se perder.
Fique com Deus, menino Herculano.
Um abraço.
Gostei do poema, tem algo de misterioso...
ResponderExcluirNão conhecia a poeta. Vou tentar obter mais informação.
Obrigada!
L.B.
grande poema, touché
ResponderExcluirabraço
Muito bom! adorei!
ResponderExcluirMuitas vezes, é difícil achar os momentos em que conseguimos encontrarmo-nos com nossos âmagos para falarmos de nós mesmos...
ResponderExcluirRealmente construtivo.
ResponderExcluirbjs
Insana
Preciso cortar a cabeça da paixão que me abraçou. Mas não tem como, não tem mais como, acho...
ResponderExcluirBelo poema!
Adorei!
ResponderExcluirFiquei pensando num filme cheio de suspense, romance, drama... Ou Edward Mãos de Tesoura, que tinha o medo estampado no rosto.
Com certeza dou uma confirida no blog dela :D
Tenha um ótimo dia...
Está lindo!!!
ResponderExcluirbeiijo... =)
Precioso poema.
ResponderExcluirBiquiños.
Belo poema, assim como é belo tudo por aqui. Já te sigo e te convido pra conhecer meu blog: www.odeliriodabruxa.blogspot.com
ResponderExcluirBeijo
Denise
Ah, ela parece escrever superbem! Adoro poemas, achei o dela super sutil! =)
ResponderExcluirBeeijos!
lindo, denso, radical e passional ... amei ... indo ver mais ...
ResponderExcluirobrigado por compartilhar
bjux
;-)
muito bom o poema!
ResponderExcluirBJS
muito bom o poema!
ResponderExcluirBJS
Belíssimo poema. Também conto apenas comigo especialmente para compreender o que me percorre.
ResponderExcluirAdorei!
ResponderExcluirPerfeita oposição a fragilidade feminina (iludam-se)..rs
Beijo meu
Bastante sintetizado
ResponderExcluirBom final de semana!
=)
Excepcionalmente intrigante e complexo!
ResponderExcluirQuem não é?
Depois de um só, não haverá outro sozinho!
Muito bom!
Incertezas...
ResponderExcluirBeijo Lisette
Gostei do poema. Mostre mais da produção dela.
ResponderExcluirGosto da poesia de Fabrícia. Gosto de Fabrícia.
ResponderExcluirLindo este mash up: Sweeney Todd + Alice !
ResponderExcluirBonito, impulsivo, adorável...
ResponderExcluirgostei.
Seus olhos são como esmeraldas e de tão linda, já é um poema que Deus nos legou. Adoro a poética e a pessoa de Fabricia Miranda e como amo! Miguel Carneiro
ResponderExcluirAi Deus! ( risos)
ResponderExcluirTrocentas pessoas querendo cortar minha cabeça e comer meus restos mortais so porque eu ando sempre e muito agarrada a mim. Dai, chego aqui e encontro essas palavras!....
rs..
Foda-se!...podem me comer!
Eu gosto. Eu quero. Eu deixo!
Beijos.
Tâmara
"Por trás do meu rosto um medo
ResponderExcluire por trás do medo um rosto."
"Viajei" nessas duas frases...
Lindo poema, Herculano. Vou lá conhecer um pouco mais.
Abraço.
Nossa, adorei ;)
ResponderExcluirVoltarei sempre.
Olá,
ResponderExcluirAdoro poesia brasileira, pela forma como vocês se recreiam, se divertem, se banham na musica das palavras, rebolando com os sons, e achei tão belo este pequeno poema de Miranda,
tão "liberta" a sua "energia", tão firme a sua alma.
Abraços!!
* do Blog "Cenas Gagas"
Ela escreve muito bem :)
ResponderExcluirLindo poema,adorei!
ResponderExcluirBlog bem legal, gostei!
bjos
A poesia expressa sentimentos viscerais de uma alma inquieta! Achei bem marcante a parte do rímel e do cabelo! Abraços!
ResponderExcluirGostei muito desse poema de Fabrícia Miranda e vou lá agora. Obrigada!
ResponderExcluirPelos pêlos, o arrepio.
ResponderExcluirPergunto-me o que esta Alice espera da vida.
ResponderExcluirA poesia de Fabrícia Miranda é "curta e grossa", mesmo quando lírica. Hà sempre destroços no asfalto, mas uma esperança de que chegue logo o resgate - que é sempre ela mesma, a poeta. Tudo o que ela escreve acerta nossa veia. Mas não se trata de poesia meramente "violenta". A poesia de Fabrícia é muito bem escrita, revela forte conhecimento do idioma e seus melhores recursos, além de evidente maturidade para com seus sentimentos e a forma menos óbvia de manifestá-los. Tenho estado muito cansado com o que chamo de "poemas sensíveis demais", feito por mulheres que falam de uma borboleta, da brisa, do ocaso, dos passos da bailarina etc... São sempre poemas anódinos, pálidos, anêmicos, aquele tipo de escrita que espera do cotidiano de bandeira toda a sua possível epifania... Ledo e ivo engano. A andorinha, o porquinho-da-índia e as pernas de Teresa jamais me disseram nada, e quando "atualizados" por essas mulheres, dizem o oposto do nada: um tudo niilista...
ResponderExcluirHenrique Wagner
Eh... bem dark, meio ultra-romântico.
ResponderExcluirInteressante.
Isso e mio bom....clap clap clap...Boa
ResponderExcluir