CINEMA
Herculano Neto
Herculano Neto
“Você nunca vai saber
quanto custa uma saudade
o peso agudo no peito
de carregar uma cidade”.
P. Leminsky
quanto custa uma saudade
o peso agudo no peito
de carregar uma cidade”.
P. Leminsky
cresci numa cidade
onde não havia mais cinemas
as cenas aconteciam nas ruas
nas gentes
projetadas a esmo
personagens felinianos
se sucediam
nas seqüências
da minha infância
cresci numa cidade
onde não havia muita coisa
apenas história pra contar
onde não havia mais cinemas
as cenas aconteciam nas ruas
nas gentes
projetadas a esmo
personagens felinianos
se sucediam
nas seqüências
da minha infância
cresci numa cidade
onde não havia muita coisa
apenas história pra contar
Travelling
ResponderExcluirPara Herculano Neto
Santo Amaro vive em mim
desde menino em Riachão
A cachoeira de Pedras
e a Festa da Purificação...
São lembranças que guardo
num camafeu de ouro
estampado no meu peito
feito um grande tesouro
Sergão, Dado, Edynei
Edvaldo Assis, Bóris
Roberto Mendes...
Amigos de uma confraria
a que mantenho no coração
O Subaé sem providência
e o Samba de São Braz
me leva ao delírio
Vou me mudar
Para Santo Amaro
Lá é que vai ser meu exílio.
Miguel Carneiro, 18/09/2009
que lindo poema. as histórias pra contar são o que de melhor a gente leva...
ResponderExcluirabraços
Histórias pra contar,
ResponderExcluirsomos felizes por isso,
por podermos contar o que nos
contaram, e para viver o que contarão de nós.
(muito grata por sua visita, e pelo cuidado de fazer-me lembrar que às vezes, as coisa podem dar certo)
Beijo.
Faço poemas porque encontro as palavras, em danças, em cenas, gestos e acontecimentos.
ResponderExcluirMas não sei o que faço são poemas...
Gosto de quem tem roteiros inacabados e filmes imaginados...
saudações poéticas!
Singelo e tocante. Profundamente lindo!
ResponderExcluirÓtima semana.
Então, puxarei a cadeira e ouvirei as histórias que você tem para contar :) Gostei.
ResponderExcluirolá Herculano Neto!
ResponderExcluirObrigado pela visita.
Adorei saber que é de Santo Amaro da Purificação. Tenho uma amiga poeta que reside em Diadema que é de Santo Amaro. Boa poesia. Procure Radi Oliveira. Qualquer coisa; me avisa que lhe envio um poema dela.
Abraços.
José Geraldo Neres
Roceiro
ResponderExcluirRadi Oliveira
pela janela do meu rosto
céu carrega meu desejo
terra nua quente
boca abre
pede beijos
céu aperta no peito
nuvens caem
como lágrimas
terra sobe
desabafada
fecho os olhos
terço-semente
sorrindo verde
joelhos vestidos de terra
embriagada.
da antologia "Templos Perplexos".
Tributo
ResponderExcluirRadi Oliveira
Bate o vento
derrubando a folhagem
do antigo pinheiro
morto no coração do quintal.
Chora um passarinho amarelo,
dizendo assim:
Bem- te- vi, bem- te- vi,
Bem- te- vi no ouvido de
um galho seco.
Arrastando-se pelos telhados
Um miúdo raio de sol
- Vem ver!
As rugas cinzas,
os frutos pecos, as pipas
penduradas no esqueleto.
Um pinheiro estóico
ao tempo.
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Era abril, quatro de 80, Santo Amaro da Purificação. Filha de Aureliano com Helena. Dia 1º de janeiro nasceu em Diadema, filha de Brait para escrever (Palavreiros), para cantar (Formigueiro). Atualmente só ama (Adeodato e Celena).
Da antologia "Templos & Territórios"
As melhores cenas são as das ruas. Belo poema!
ResponderExcluirE boas histórias, tão marcantes quanto um bom filme.
ResponderExcluirSábias palavras.
Aproveitando para agradecer as visitas.
Abraço,
Munique