quinta-feira, 24 de setembro de 2009

GESTOS

GESTOS*
(Roberto Mendes/ Herculano Neto)



E deixe a valsa, e deixe o samba,
E deixe aquela canção antiga que não me cansa,
Ouvindo-a posso sentir comigo seus vestígios,
Os seus domínios, os seus encantos.

E deixe o barco, e deixe a ilha,
E deixe uma lembrança bonita que não ansia,
Lembrando-a posso preencher com gestos meus vícios,
Os meus princípios, meus acalantos.

Não deixe a mágoa,
Não deixe a ira,
Não deixe a volta,
Não deixe a ida
Que eu deixo a vida seguir seu destino.

E deixe o sonho,
E deixe o instante,
Deixe o encontro,
Deixe o constante,
Que eu deixo a vida moldar o meu destino.
 
 


*Faixa extraída do DVD
“Tempos Quase Modernos”
Gravado ao vivo no Teatro XVIII
Salvador, 2006
 

 

4 comentários:

  1. Herculano amigo,essência de poesia ainda com reforço de uma grande parceria, tenho este DVD e adoro, abraço.

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  2. Herculano,
    Todos os gestos seriam indigestos não fora a poesia a abstrair toda maldade do mundo.
    Teus poemas são teus melhores gestos, teus apertos de mãos e troca de olhares. Olhai os cílios dos campos de trigo ou petróleo, e caminhai de mãos dadas.

    Parabéns por tua arte,
    Ramúcio.

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