terça-feira, 4 de janeiro de 2022

VIRADA DE PÁGINA X

Papel jornal, couché, off-set, polén, reciclado, kindle ou pdf

Em uma manhã, numa banca de jornais – um hábito cultivado desde a infância que infortunadamente se dissipou –, me deparei com uma revista do Homem-Aranha Superior em que o  corpo do herói era “habitado” por Otto Octavius, um dos seus maiores inimigos. Minha primeira reação foi maldizer contra quem escrevera aquele disparate, é possível também que eu tenha expressado aos ouvidos do jornaleiro um retórico “onde vamos parar”. Alguns anos adiante, mais maduro e menos adepto do “não li e não gostei”, quando as edições foram encadernadas e relançadas, resolvi dar uma chance para a tal série aracnídea – não oculto que o cupom promocional ajudou a tomar essa decisão. E não é que tive que dar o braço a torcer, quando, finalmente, entendi a definição do “superior” no título. Eu que já vinha descontente com o Aranha e o seu exagerado código moral, chegando ao ponto de não salvar o mundo (eu disse: NÃO SALVAR O MUNDO), como vimos na saga “Ilha das Aranhas”, por exemplo; encontrei na publicação tudo que esperávamos, e sabíamos, que Peter Parker poderia realizar. Na pele do seu nêmesis, Otto conseguiu um doutorado, criou uma empresa de tecnologia avançada, se tornou respeitado até mesmo pelo prefeito de NY, ninguém menos do que John Jonah Jameson. Em combate passou a ser mais objetivo, pra não dizer violento, com pouco tempo para piadinhas e fazendo uso prático dos seus avanços tecnológicos. Aprecio, inclusive, seu interesse amoroso, a jovem cientista Anna Maria Marconi, alguém diametralmente distante do estereótipo de supermodelo. Há quem, como eu naquela manhã, deteste essa fase do Cabeça de Teia, talvez falte apenas a boa vontade de dar uma chance ou uma oferta imperdível na Amazon.

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