Sempre gostei de ficção científica e sempre odiei minha vida de adolescente, afirmar que eu habitava um episódio de Todo Mundo Odeia o Chris não seria exagero, embora, naquela época, eu estivesse mais para Kevin Arnold ou Doug Funny. Com as inseguranças típicas da idade, vivia arrependido por tudo que fazia ou (principalmente) deixava de fazer, imaginando como poderia ter sido as outras possibilidades e a procurar onde ficava o CTRL+Z da vida real (acho que todo adolescente é um pouco assim). Quisera eu ter despertado na mesma manhã, seguidamente, como se fosse o dia da marmota. Acreditava que a qualquer momento poderia aparecer um “eu” vindo diretamente do futuro, mais velho e mais sagaz, que me ensinaria o caminho das pedras, que me explicaria como eu deveria agir para garantir uma existência futura sem remorsos. Costumava brincar dizendo que não me assustaria se algum dia eu aparecesse para mim e ainda me cumprimentaria firmemente, olhando nos meus olhos: “estava te esperando”. No entanto, não demorei para descobrir que não conseguiria fugir das minhas responsabilidades e que tudo que eu considerava danoso ajudaria a moldar a pessoa que agora eu sou. Curiosamente, ou obviamente, nada muito diferente disso acontece em O HOMEM DO FUTURO, de Cláudio Torres (“Redentor”, “A Mulher Invisível”). Wagner Moura é um amargurado cientista e professor universitário chamado Zero, que teve sua vida modificada a partir de uma fatídica festa à fantasia no, agora distante, ano de 1991, onde foi humilhado por Helena (Alinne Moraes), seu grande amor. Acidentalmente, Zero viaja no tempo exatamente para o dia da festa e aproveita a oportunidade para modificar sua própria história, mas nem tudo sai como esperado.
O cinema tem verdadeiro fascínio pelos paradoxos temporais ocasionados pelas viagens no tempo – que é praticamente uma espécie de sub-gênero da ficção científica. “O Planeta dos Macacos”, “De Volta Para o Futuro”, “Jornada nas Estrelas”, “Efeito Borboleta” sobram exemplos. Gosto, particularmente, do curta-metragem “Barbosa”, de Jorge Furtado, onde um homem tenta impedir a derrota brasileira na final da Copa do Mundo de 1950 no estádio do Maracanã, trauma de sua infância, no entanto ele próprio se torna o motivo da distração do goleiro Barbosa, que resulta no gol vitorioso da seleção uruguaia. Sei que não faltará cético para dizer que se fosse possível viajar no tempo algum viajante já teria retornado do futuro (a não ser que o considerassem louco, como ocorre em “Os 12 Macacos”), nem crédulo para explanar sobre universos paralelos e futuros alternativos (a contrapor a teoria de causa e efeito, que diz que se alguém voltasse no tempo para impedir um acidente e conseguisse, o acidente, que é o motivo da viagem, deixaria de existir, consequentemente a viagem também).
O enredo de O HOMEM DO FUTURO poderia se resumir, simplesmente, à letra da canção “Tempo Perdido”, emblemático sucesso da Legião Urbana, que permeia toda a película: de “todos os dias quando acordo”, passando por “então me abraça forte” e culminando com “somos tão jovens”. Aliás, boa parte da obra parece condensada no clipe musical que serviu como divulgação (vídeo abaixo). Se a filme fosse apenas esse vídeo, como aconteceu com “Eduardo e Mônica” em uma campanha de telefonia celular, teria sido genial. Propositalmente, não há nada original. Mas a ideia é mesmo essa: resgatar a simpatia de uma descontraída sessão da tarde. Para quem não viu, aviso que quanto menor a expectativa, menor será a impressão de tempo perdido (sem trocadilho). Com viagens temporais, uma festa à fantasia e um hino juvenil de pano de fundo, o trabalho do diretor Cláudio Torres não sai da adolescência, mergulha no raso, assim como em seu filme anterior, onde era idealizada a mulher perfeita, outro desejo da juventude, ainda que o exemplo de perfeição fosse Luana Piovani.
Já não quero voltar no tempo, quero apenas mais tempo para realizar tudo que desejo.
O cinema tem verdadeiro fascínio pelos paradoxos temporais ocasionados pelas viagens no tempo – que é praticamente uma espécie de sub-gênero da ficção científica. “O Planeta dos Macacos”, “De Volta Para o Futuro”, “Jornada nas Estrelas”, “Efeito Borboleta” sobram exemplos. Gosto, particularmente, do curta-metragem “Barbosa”, de Jorge Furtado, onde um homem tenta impedir a derrota brasileira na final da Copa do Mundo de 1950 no estádio do Maracanã, trauma de sua infância, no entanto ele próprio se torna o motivo da distração do goleiro Barbosa, que resulta no gol vitorioso da seleção uruguaia. Sei que não faltará cético para dizer que se fosse possível viajar no tempo algum viajante já teria retornado do futuro (a não ser que o considerassem louco, como ocorre em “Os 12 Macacos”), nem crédulo para explanar sobre universos paralelos e futuros alternativos (a contrapor a teoria de causa e efeito, que diz que se alguém voltasse no tempo para impedir um acidente e conseguisse, o acidente, que é o motivo da viagem, deixaria de existir, consequentemente a viagem também).
O enredo de O HOMEM DO FUTURO poderia se resumir, simplesmente, à letra da canção “Tempo Perdido”, emblemático sucesso da Legião Urbana, que permeia toda a película: de “todos os dias quando acordo”, passando por “então me abraça forte” e culminando com “somos tão jovens”. Aliás, boa parte da obra parece condensada no clipe musical que serviu como divulgação (vídeo abaixo). Se a filme fosse apenas esse vídeo, como aconteceu com “Eduardo e Mônica” em uma campanha de telefonia celular, teria sido genial. Propositalmente, não há nada original. Mas a ideia é mesmo essa: resgatar a simpatia de uma descontraída sessão da tarde. Para quem não viu, aviso que quanto menor a expectativa, menor será a impressão de tempo perdido (sem trocadilho). Com viagens temporais, uma festa à fantasia e um hino juvenil de pano de fundo, o trabalho do diretor Cláudio Torres não sai da adolescência, mergulha no raso, assim como em seu filme anterior, onde era idealizada a mulher perfeita, outro desejo da juventude, ainda que o exemplo de perfeição fosse Luana Piovani.
Já não quero voltar no tempo, quero apenas mais tempo para realizar tudo que desejo.
Até gosto de Wagner Moura, mas quando dizem que ele "carregou o filme nas costas" não é um bom sinal. Ele aproveitou para demonstrar seus dotes vocais no fraco “Vips” cantando “Será”, agora ele canta “Tempo Perdido”, quero ouvi-lo a cantar que gosta de meninos e meninas.
ResponderExcluirDepois desse trailer eu tenho certeza que vou amar o filme :)
ResponderExcluirNão quero ser maldosa, mas me parece uma película inspirada nos moldes hollywoodianos, para as sessões da tarde, nas tv´s abertas brasileiras.
ResponderExcluirA festa de formatura dos "colleges", onde a menina ou o menino é humilhado, e anos depois chuta o pau da barraca, se vinga, ou algo que o valha. Enfim...
Sim,sim,até que parece que o filme segue um roteiro bem clichê...mas, já que as referências são d Legião Urbana,reitero as palavras de Renato em outra canção...:
ResponderExcluir"Mas quais são as palavras que nunca são ditas?"
Tem muito filme interessante no cinema brasileiro,alguns, claro,mais densos, etc. Mas acredito que a gente possa conviver com o denso e o suave...faz parte das leis do equilíbrio, estar um pouco no fundo e um pouco no raso, para não afogar...rs
Gostei do filme
ResponderExcluirachei bem simpatico,
mas em A MULHER INVISIVEL
Luana Piovani
exemplo de perfeição
era dose.
Irônicamente, ontem me ligaram pra dizer que viram esse filme ao invés da aula... É, sincronicidade. XD
ResponderExcluirmas em A MULHER INVISIVEL
ResponderExcluirLuana Piovani
exemplo de perfeição
era dose.
P@ty...rsrsrr....é verdade...o Brasil cheio de mulheres lindas...hsahsauhs
Eu gosto taaaaaaaanto de "O Efeito Borboleta"...
ResponderExcluirAlinne Moraes é chata demais, mas o Wagner e o enredo valem a aposta.
Quanto à minha adolescência, eu tenho a sensação que esquiei nela, em pista plana, de tão suave que foi. Devo mesmo ter problemas.
Um beijo.
estou doida para assistir esse filme.. me falta tempo.. :(
ResponderExcluirASSISTI..MAS CONFESSO QUE NÃO ME ENCANTEI.GOSTEI...MAS NÃO ESTA ENTRE OS MEUS PREFERIDOS.BOA DICA PRA VER NO FINAL DE SEMANA...MAS AINDA PREFIRO O MOURA EM TROPA DE ELITE.
ResponderExcluirBJOSSSSSSSS
Herculano!
ResponderExcluirParece um bom filme com efeitos especiais etc...Depois que vi o "dia da Marmota" sempre achei que ia acontecer e ainda acho. Aquilo é um meio filme de terror.
Beijos
Mirze
Vi o filme e achei bem mais ou menos.
ResponderExcluirO título do teu texto consegue sintetizar a moral da história.
E que videozinho manipulador esse, né?
Todos os dias quando acordo, e mostra o cara acordando;
e o bullyng sofrido é mostrado durante o "selvagem..."
Concordo com você, Herculano. Sinto falta do Cláudio Torres de "Redentor".
ResponderExcluircumprimentos cinéfilos
O Falcão Maltês
Prefiro Renato Russo a Wagner Moura. Aham.
ResponderExcluirVou deixar para assistir quando sair na TV, na sessão da Tarde.
ResponderExcluirOi Herculano.
ResponderExcluirAinda não assisti, e só passei mesmo para matar a saudade e apresentar meu novo cantinho de prosa.
http://tudoeassunto-cronicas.blogspot.com/
Bjs carinhosos
O de poemas, ainda sobrevive.
bjcas
Rossana
Atores bons, tema até chama atenção, mas como quase toda produção brasileira fica faltando um algo...eles apelam muito, a história seria até legal se o personagem ainda não demonstrasse traços do antigo trabalho.Postagem excelente como todas que vc faz, super bj e espero por vc no Perseverança.
ResponderExcluirNicinha
Já li ótimas criticas respeito.pretendo assistir.
ResponderExcluirAdoro teu estilo de escrever.
Bjos achocolatados
Beijo
ResponderExcluirBem vinda ao meu jardim.
Volto.
Beijo
Pronto. Eu nem sei como cheguei até aqui. Confesso. Não sei onde cliquei. Sei que estou aqui e gostei muito do seu estilo de escrita. Fui lembrando de mim mesma e de minha adolescência meio rebelde, meio sem tempero. Permeada com beatles e tom jobim. Eu era diferente. Eu sei disso. Lia livros que eram grossos demais e gostava de poesia. Pronto. Deu pra ter uma idéia.
ResponderExcluirQuanto a voltar no tempo, faço isso todos os dias. Agora mesmo o fiz. E me divirto ao imaginar o que eu mesma diria de mim hoje. Seria engraçado. Enfim, eu adoro filmes desse estilo, mas ultimamente a ficção está tão chatinha. Repetitiva eu diria. rs
bacio
Excelente texto! Bela compilação do tema, pincelando curiosidades e análise, abordando variados exemplares e incursões nesta aventura temporal.
ResponderExcluirÉ um paradoxo, que todos gostam de ensaiar, nem que seja no seu mais profundo íntimo, um subterfúgio contra a nossa inevitável realidade.
É sempre um gosto vir até ao seu
ResponderExcluirblogue.Agradeço a sua visita
ao meu e seu comentário.
Desejo que esteja bem.
Um beijinho/Irene
vou assistir, sua critica foi tao bem intencionada q deu vontade de ver!
ResponderExcluirMe deixou curiosa pra ver o filme, afinal quem nunca sonhou ou imaginou com a maquina do tempo ?? ver o futuro, mudar o passado. O limite de um Homen termina quando ele Imagina ....
ResponderExcluirBeijos
Adoro seu blog querido.
Um blogue interessante!!!
ResponderExcluirAbraço
Paulo
Na época de produção do filme, li bons comentários, que seria um filme de ficção científica, um gênero subestimado no cinema brasileiro, e blablabla. Daí me aparece essa capa. Sério? Perdi o interesse na hora. Melhor esperar passar na Sessão da Tarde mesmo...
ResponderExcluirbjo
Tô puxando o saco não, mas esse foi o melhor texto que li sobre o filme. Adorava assistir filmes com essa temática na minha adolescência(como vc disse, todo adolescente deve ser um pouco assim, e eu com certeza era). Seu texto me fez lembrar de Feitiço do Tempo, um dos meus preferidos(aquela musica que tocava no radio-relogio toda manhã era muito divertida...rs)! Peggy Sue tb era massa! Nostalgia bateu agora...
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