O bairro de Jardim Gramacho, no município de Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro, abriga o maior aterro sanitário da América Latina, e é o palco do documentário LIXO EXTRAORDINÁRIO, candidato ao Oscar 2011 (Jardim Gramacho já tinha servido de cenário para o ótimo documentário ESTAMIRA, em 2006).
Vencedor de prêmios de público nos festivais de Sundance e Berlim em 2010 e aplaudido de pé no Festival de Paulínia, LIXO EXTRAORDINÁRIO, dirigido por João Jardim, Lucy Walker e Karen Harley, foi filmado entre agosto de 2007 e maio de 2009, e acompanha o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz – filho de retirantes cearenses e radicado em Nova York, onde é considerado um dos mais importantes artistas plásticos da atualidade, principalmente por experimentar novas mídias recriando de maneira inusitada trabalhos célebres como as pinturas de Monet e Leonardo da Vinci. Após passar por uma crise artística sobre a real utilidade de sua obra, ele decide passar dois anos no Jardim Gramacho, onde pretende ajudar os moradores do local produzindo arte com materiais retirados do lixo. Inicialmente falando em inglês, Vik Muniz assemelha-se mais a um estrangeiro pregando assistencialismo. Mas, se a ideia era buscar no aterro material para sua obra, serão as pessoas que lá trabalham sua verdadeira matéria-prima, e é a partir desse contato que o filme se humaniza e desce do pedestal. A realidade dessas pessoas, que aparentemente viviam felizes e conformadas no seu trágico universo, torna o filme ainda mais forte e comovente, sem pieguices. Depois de selecionar e fotografar um grupo de catadores de material reciclável, Vik vai exercer sobre eles um poder transformador ao aproximá-los da dignidade esquecida. Utilizando objetos retirados do lixo todos vão trabalhar na confecção dessas obras, onde todo valor arrecadado será empregado na comunidade. Introduzidos no mundo da arte, eles percebem como são poderosos, e que tudo é arte. Com a autoestima renovada, mudanças externas e internas serão produzidas. O conflito provocado é voltar ou não para o lixão com o fim do projeto.
O documentário começa e termina com imagens extraídas de entrevistas realizadas no “Programa do Jô”, há quem diga que TV é lixo e que essas imagens são uma espécie de metáfora, mas teorias da conspiração à parte, foi a televisão que proporcionou a Vik Muniz popularizar seu trabalho no Brasil ao aceitar um convite para reutilizar a mesma ideia na abertura da novela global “Passione”, de Sílvio de Abreu.
Após assistir ao filme é impossível você olhar para o seu próprio lixo, ou para os catadores de material reciclável na rua, da mesma maneira, deixando bem claro que a coleta seletiva é uma necessidade que não pode ser desprezada pelas autoridades nem pela sociedade, e que 99 não é 100.
trabalho muito belo, relacionando arte com a realidade dos catadores de lixo. Um olhar extravagante, diferente, inovador feito Com consciencia.
ResponderExcluirBeijos
Muito bom mesmo. É impossível ficar indiferente. Um abraço.
ResponderExcluirMelhor que reciclar o lixo é evitá-lo...
ResponderExcluirMas valeu fazer lixo só para ver o trabalho. Fantástico:)
A arte no lixo, à parte do luxo...
ResponderExcluirHá arte, sem ser prolixo, à margem do fluxo...
Anotei a dica para ver com meus alunos!
ResponderExcluirQuem acredita que documentário é sinônimo de monotonia, corre o sério risco de mudar de opinião. LIXO EXTRAORDINÁRIO é extraordinário, com o perdão do trocadilho. Agrada todo tipo de público, emociona e faz pensar. Oportuna postagem, meu caro.
ResponderExcluirFaz-nos reflectir e, pensar a sério em mudar determinados habitos.
ResponderExcluirSimplesmente fantástico. Essa postagem é maravilhosa.Vou assistir o "Lixo Extraordinário". Só o trailler já me emocionou. Que trabalho lindo. Que pessoas lindas encontrando sua própria beleza. Amei. Um grande bjo c carinho. Parabéns pelo post
ResponderExcluirOs extraordinários caminhos da arte.
ResponderExcluirUm bj
Pura alquimia, vou assistir...
ResponderExcluirBeijos,
O lixo pode até ser extraordinário, mas os badameiros vão continuar lá, sem Oscar, apenas lá nas suas vidas extra- ordinárias
ResponderExcluirFANTÁSTICO!!!
ResponderExcluirAltamente recomendável.
realmente, um trabalho digno de postagem e de elogios. fazer refletir assim é para poucos.
ResponderExcluirabraços.
O Oscar vai para você Herculano!
ResponderExcluirArrebatadora postagem!
Agradeço por me mostrar isto.
Trabalho com arte e a questao do lixo tem feito minha cabeça...
nao sai do meu pensamento!
Achei o que estava procurando de uma forma alucinada!
Showwwwwwww!
Vi uma entrevista com o cara no Estrelas, da Angélica. Ele é fantástico e fantástica tb. sua história de vida. Namorava uma estudante do curso de belas artes de Harvard e que, todas as vezes que discutiam uma obra num museu ou algo assim, ela o rebaixava, dizendo que ele nada poderia dizer porque não entendia de arte... putz... terminaram, ele foi pra África e lá fez uma exposição de rostos de crianças feitos de açúcar [isso mesmo, dos grãozinhos de açúcar, no mesmo estilo das obras gigantes que ora faz]. Um jornalista do NYT ficou apaixonado pela proposta e o levou de volta pros EUA [agora como artista renomado]. Ela [a ex.] quis voltar com ele, aí ele 'veio à forra' e com luva de seda rsrs...
ResponderExcluirTem razão, Herculano!
ResponderExcluirReciclar é preciso, senão...a casa cai!
Vik Muniz é mesmo um grande pioneiro em muitos aspectos; sua arte é no mínimo impactante.
Super beijo!!!
Mais um belo post, Meu Rei!
ttas coisas chamaos de lixo, ne, abraços
ResponderExcluirnem me fale!
ResponderExcluir)desc. a beve-idade...mas é bem isso...NEM ME FALE!(
Ainda não vi, Herculano. Mas tá na minha lista. o trabalho de Vik Muniz é muito bom.
ResponderExcluirAbraços
www.ofalcaomaltes.blogspot.com
Triste
ResponderExcluirbjs
Insana
Desde que venho por essas plagas esse é o post que mais me encantou/emocionou.
ResponderExcluirA vida só vale a pena por coisas como essa. Poucas coisas fazem tão bem a alma quanto ajudar o próximo.
Sem nenhum pieguismo, como bem disse o Neto. Até porque já dizia Raul:
"O meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar"
E ajudar através da arte é melhor ainda, pois além de ajudar, transforma.
Tomara que o projeto se auto sustente.
PS: Conheci o trabalho do Vik no fim dos anos 90 através da revista TRIP, ele fazia reproduções de pinturas clássicas com geléia e catchup. Muito talentoso!
Tomara que esse documentário passe nos cinemas aqui em Recife.
Abraço, man.
Ahhh, se foi um alusão ao lixo da TV, o Luciano Huck representaria bem melhor que o Jô.
ResponderExcluirO Huck reprensenta, como ninguém, o lixo que o capitalismo é.
PS: Parabéns ao Vik pelo projeto!
Belo texto, Herculano. Após lê-lo duvido quem não deseje assisti-lo, especialmente que conhece o talento de Vik Muniz.
ResponderExcluirVi uma exposição do Vik Muniz há uns dois ou três anos no RJ tenho muito cuidado com os lixos que me pertencem e com os de cada um, que o lixo tem substânciasa tão tóxicas quanto puras se a gente examinar bem.
ResponderExcluirAdorei o post.
beijo.
A coleta seletiva é muito importante...pena não ser praticada na maioria dos lugares no Brasil.
ResponderExcluirSe houve um plano do governo para implantar a coleta seletiva e conscientização das pessoas quanto ao trato do lixo e separação para reciclagem estaríamos ajudando a preservar o ambiente e geraria trabalho para outras pessoas...
bjs!
Uma outra forma de olhar o mundo.
ResponderExcluirDar beleza, utilidade, valor,
Aos que nada têm
Aos que nada são...
Beijos e obrigada por essa visão.
Maria Luísa
Herculano, amanhã, dia 11, aniversário de 1 ano do Mínimo Ajuste. Vai lá assoprar a velinha :)
ResponderExcluirbeijos
BF
Nossa, muito bom, meus parabéns, estou definindo como favorito e recomendando no meu Blog mais é já !
ResponderExcluirMuito bom o post!!!
ResponderExcluirBelo espaço!!!
Gostei pra caramba, voltarei mais vezes...
Convidaria vc a conhecer meu trabalho (poesia, teatro, poesia)
Ficaria Muito feliz!!
http://mailsonfurtado.com
Realidade. Quanta dor nos causa nossa própria hipocrisia!
ResponderExcluirPerfeito...
ResponderExcluirmuito bom o seu texto. aliás, bons todos os que aqui li. é um prazer ler textos tão bem escritos, bem estruturados e bonitos.
ResponderExcluirDei uma lida geral aqui e fi muito bom.
Temos em comum um avô contador de causos. Infelizmente, só isso em comum! rs...
beijo
Hoje não comentarei o post, mas seu blog que é simplesmente lindo, do jeitinho que eu gosto. Volto com calma para fazer uma exploração com mai acuidade. Bjkas. Lena
ResponderExcluirto louca pra ver esse documentario
ResponderExcluirAssisti ao filme e estou querendo fazer um post também sobre o tema. Há de se divulgar para que muitos assistam este trabalho na tela.
ResponderExcluirParabéns,
rsrsrsrsrsr....todos adoram, todos são intelectualizados, entendem tudo....mais como ficam as pessoas que diariamente usam esse lixão como meio de sobrevivencia?? quando ficam ali esperando a comida podre, os intelectuais aplaudem
ResponderExcluirO que pensar??? rssrsrsrsrsr
Oi! Quando puder passe no meu blog. Não sei se dá importância a isso ou não, o fato é que deixei lá um selo de qualidade para você. Um abraço. Bom fim de semana.
ResponderExcluirEmocionante teu post!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirbelíssima escolha Herculano.
Vik é um anjo que faz a diferença.
Bj.
A complecidade do lixo é uma coisa fabulosa.. ao mesmo tempo que se exclui o que não serve, se exclui tbem os cidadãos. E com esse documentario se percebe algo maginifico; o luxo dentro do lixo, e o potencial de mostra dos que vivem do lixo quem em hipotese alguma deveriam ser considerados um "lixo" da sociedad! Abraço!
ResponderExcluirPassei para ler-te e desejar uma boa semana.
ResponderExcluirAcho o trabalho do Vik (olha a intimidade rsrs) fantástico! Ele foi muito criticado por trazer seu trabalho à TV e levar arte ao público excluído da produção artítica(No MAM sua exposição recebeu milhares de visitas de alunos de escolas públicas). Acho que o artista criou um novo olhar sobre arte, popularizando-a e colocando-a onde ela deve estar: aos olhos do povo.
ResponderExcluirVou procurar assistir ao documentário.
Abçs!
Para o Denislau.
ResponderExcluirOs "intelectuais" aplaudem justamente o fato de um cara por meio da arte(ou do que quer que fosse) está conseguindo tirar - que seja uma - seres humanos de situação tão degradante.
A sua pergunta seria pertinente se vc conhece as pessoas que critica.
Como não conhece, ela fica sendo só cínica.
E aí, cara, eu é que sorriu de sua alma pequena.
Ah, o cinismo tb é legal, mas tem que está bem acompanhado.
ResponderExcluirSenão, como diria Vinícius em relação a uma mulher só bonita, e daí?
Olá Herculano,
ResponderExcluirVoltei para dizer que fiz minha parte para divulgar este belo filme. Ficaria feliz com sua visita e seu comentário.
Um abraço,
Eu quero muito assistir o filme.. Acho que são pequenas coisas (Como reciclar..) que faz toda diferença! Bju
ResponderExcluirtanto gostei deste post q twittei em meu twitter! parabéns! abraço
ResponderExcluirOla!!
ResponderExcluirQue surpresa chegar aqui e encontrar este tema abordado.
Há tempos atras fiz uma releitura do documentario Estamira e postei no meu blog ano passado: http://tintadotinteiro.blogspot.com/search/label/Estamira
Abraços da Mari
Quero muito ver esse filme. O trailer já me despertou interesse e lendo essa postagem, fiquei mais empolgado.
ResponderExcluirInteressante, mas com certeza o pessoal vai ficar ansioso neste domingo, pois é o Dia do Oscar...
ResponderExcluirFique com Deus, menino Herculano.
Um abraço.
O negócio é o seguinte: dezenove não é vinte. E tem isso também, noventa e nove não é cem, rs.
ResponderExcluirNão só os catadores, esse filme me mudou também.
droga apostei que seria o primneiro oscar do brasil e ele perdeu pra uma porcaria de documentario que falçava da crise de 2009
ResponderExcluirCaramba... Foi o melhor documentário que já assisti até hoje. Me emocionei muito com as histórias dos catadores de lixo, quer dizer, de material reciclável. Pude perceber que cada um de nós podemos sim fazer a diferença, começando em casa. Até porque "19 não é 20, assim como 99 não é 100". Quanta perfeição... Não sou mais a mesma,agora vejo o lixo de uma forma bem diferente!!!
ResponderExcluirAbraço!
A arte acompanha o homem em seu meio, em seu histórico social. Estamos vivenciando a arte e a vida conteporânea. A efemeridade da vida, o consumismo, o que ontem era novo hj é sucata. A pressa faz parte do cotiano, por falar nisso vou indo.
ResponderExcluirAbraço
...verdadeira obra de arte!!!
ResponderExcluirAtt.,
Luks