A poesia hoje é uma arte pouco valorizada, depreciada e desgastada. Está em extinção o verso perfeito, o verso sincero. O que há são apenas arremedos, ajuntamento de palavras e ajuntadores profissionais – que deveriam respeitar a poesia antes de saírem por aí autoproclamando-se poetas (a poesia não é a escolhida, como uma amante exigente é ela quem escolhe). Não gosto quando me chamam de poeta, além de não me sentir confortável sempre acho que é um elogio maledicente, se possível corrijo a alcunha – não quero ser colocado no mesmo balaio. Também nunca recito, faço apenas raras leituras. Reler publicamente o que escrevi é deveras doloroso, é sangue que somente eu vejo jorrar e que demora dias para estancar. Recitar virou um circo, é uma mise en scène afetada e constrangedora; cheia de caras, bocas e espalhafatos. “Grupos poéticos” com números orquestrados, figurinos e cenários transformam poemas em teatro amador, e ainda costumam cobrar couvert em eventos. Isso não torna a poesia popular, a torna caricata. Como diria o poeta (este sim) Francisco Carvalho: “a poesia não é um jogo irresponsável para divertimento de desocupados”.
Caro Herculano, bato palmas e de pé para você e suas colocações, penso o mesmo, a poesia é uma entidade viva, nós somos apenas os agentes transmissores, ela é quem tem que ir na frente, muito bom seu texto, forte abraço.
ResponderExcluirÉ isso aí, meu caro.A poesia "nasce nos montes onde cantam passarinhos,/ onde lendas correm vales,/ onde brotam as águas que saciam a sede da nação."
ResponderExcluirGF, em Poema dos Sentidos
Adorei o blog!!!
ResponderExcluirDesabafo hein, moço!!!
Visitarei sempre!!!
Grande abraço!!!