Um amigo escritor iniciou um papo contra as mídias digitais, alegou que tudo é muito veloz, fútil, desnecessário; que não se documenta mais nada, que tudo se perde no oceano da web; que se abandonar sua caixa de entrada por algum tempo tudo é excluído automaticamente; que muitas biografias se fundamentam, principalmente, pela correspondência trocada pelo biografado... Enfim, toda uma ladainha preambular para propor que trocássemos cartas nos moldes tradicionais: papel, caneta, envelope e selo. Argumentou que poderíamos expor, sem medo da censura do nosso tempo, todas as nossas mais reprimidas ideias e que talvez o futuro nos agraciasse com a publicação dessa correspondência, como Mário de Andrade e Carlos Drummond. Prosseguiu, entusiasmadamente, que Fulano e Beltrano, dois conhecidos escritores locais, já faziam isso há alguns anos. Com muito tato e elegância, declinei do convite. Ele pareceu não se importar com a minha recusa, confessou que tinha convidado, através do Feicebuque, uma jovem escritora ascendente, mas ela ainda não havia respondido.
Não vejo as mídias atuais com tal radicalismo ... os tempos são outros queiramos ou não e tudo é só uma mudança de paradígmas o que, nnormalmente, nos causa estranheza e insegurança ...
ResponderExcluirÉ, creio que Ele convidou a escritora pelo feicebuque(risos), por ainda não ter posse do endereço postal da mesma...
ResponderExcluirVolte pro Facebook, xibungo!!!
ResponderExcluirDepois da campanha eleitoral, talvez. Sem paciência para cabos eleitorais virtuais.
ExcluirTalvez uma porra. Obrigatório para o Oscar 2015.
ExcluirA NET tem as suas vantagens! Mas atenção tem ainda mais ratoeiras!!! Há que saber gerir estes dois pratos da mesma balança. Um abraço
ResponderExcluirUm pouco irônica, a situação.
ResponderExcluirNo começo do ano, recebi de um também "escritor ascendente" (creio que não seu amigo, porque sou escritora de gaveta) igual convite: troca de cartas. O sujeito até disse que pretendia em breve abandonar todas as webs e colocar em um site o número de sua caixa postal (correios) para responder as cartas aos fãs daquele modo antigo.
Gosto do papel, do seu toque e não abandono este formato.
ResponderExcluirNa WEB está tudo a um passo, mas quanta coisa se perde ou se ignora.
Gosto do correio e receber missivas, sempre gostei.
Uma bela reflexão.
Beijinhos
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abençoada net, abençoado word.....abençoado teclado
ResponderExcluirFugiu do face, hein? Olha, eu já lamentei tanto não mandar e nem mais receber cartas...Mas, de verdade, acho que não teria mais paciência não...rs
ResponderExcluirBeijos, Herculano. Estou atrasada com tudo na minha vida: seu livro, outros livros, meu blogue, outros blogues, isso só na superfície: mais profundamente, outros atrasos cruciais.
Olá, Herculano! Gosto do perfume e textura das cartas de papel, da surpresa na caixa do correio, mas aí a abandonar as mídias... se nem seu amigo conseguiu, quem dirá, eu. Um abraço!
ResponderExcluirApesar de estar praticamente em desuso a carta em papel, não vejo mal algum na sua beleza, tal como não vejo num postal que se compra, escreve umas linhas, coloca um selo e envia... A net não tem o mínimo de romantismo que as cartas têm, com o cheiro, o peso, o papel, a textura, o selo... mas há lugar para ambas, sendo a net obviamente um local diferente, muito mais prático no imediatismo e no instantâneo, cabendo a cada um de nós usar os meios que entender conforme a situação em quês e encontra...
ResponderExcluirSe me apetece estar tranquilo e calmo, não vou até um centro comercial, mas o facto de poder ir a um parque ou um lago ou um sítio agradável e convidativo, nao me impede também de procurar o reboliço das catedrais do consumo se me apetecer muito conviver ou procurar coisas de imediato...
Abraço