Adeus, Doutor |
Costuma-se dizer que no Brasil o ano começa somente depois do carnaval, para mim ele termina com o fim do Campeonato Brasileiro de Futebol. Sei que essa afirmação soa tão leviana quanto dizer que só após a folia momesca a vida encontra seu trâmite normal (quem já está escalado para bater o seu cartão de ponto em primeiro de janeiro que o diga).
Para quem viu seu time do coração lutar o certame inteiro contra o rebaixamento, talvez não haja muito o que comemorar, embora sempre exista a expectativa de dias melhores, até para quem espera alguma mágica acontecer num mero espocar de um espumante numa praia lotada na noite de 31 de dezembro.
Para quem viu seu time do coração lutar o certame inteiro contra o rebaixamento, talvez não haja muito o que comemorar, embora sempre exista a expectativa de dias melhores, até para quem espera alguma mágica acontecer num mero espocar de um espumante numa praia lotada na noite de 31 de dezembro.
Gosto tanto de futebol quanto de poesia, para a incompreensão de muitos. Gosto da poesia das palavras, da embriaguez dos versos inusitados, os versos que gritam e pedem socorro, os versos que silenciam, entretanto me fascina muito mais a poesia das ruas, a poesia dos andaimes, a poesia das flâmulas.
Gosto da poesia de Drummond, mas prefiro a poesia de um Sócrates em campo.
Infelizmente, amanhã não haverá a infinidade de reprises dos gols da rodada, não haverá mesa redonda, discussões em mesa de bar. A partir de amanhã os noticiários esportivos irão se abastecer de retrospectivas, gols internacionais e especulações sobre os bastidores da bola. A partir de amanhã os domingos serão simplesmente domingos, sem graça, sem vibração, sem compromissos. Nesse instante, deve ter alguém repetindo aliviadamente: até que enfim – o mesmo que eu direi na quarta-feira de cinzas, quando Salvador voltar a ser dos soteropolitanos.
Por enquanto, sou apenas saudade.
Infelizmente, amanhã não haverá a infinidade de reprises dos gols da rodada, não haverá mesa redonda, discussões em mesa de bar. A partir de amanhã os noticiários esportivos irão se abastecer de retrospectivas, gols internacionais e especulações sobre os bastidores da bola. A partir de amanhã os domingos serão simplesmente domingos, sem graça, sem vibração, sem compromissos. Nesse instante, deve ter alguém repetindo aliviadamente: até que enfim – o mesmo que eu direi na quarta-feira de cinzas, quando Salvador voltar a ser dos soteropolitanos.
Por enquanto, sou apenas saudade.
Bela crônica. Também gosto de futebol e tem uma coisa que ninguém consegue entender - gosto de boxe.
ResponderExcluirUm abraço
futebol não é comigo, prefiro Drummond :)
ResponderExcluirbeijo
Eu sou um dos que dizem:"até que enfim", para fim de campeonatos brasileiros, para fim de Copas do Mundo, para a chegada do carnaval - eita feriadão bom para ler, escrever, ver filme, sumir!
ResponderExcluirE a poesia de Sócrates sai de campo.
um beijo.
Merecida e bonita essa sua homenagem.
ResponderExcluirAbraço!
Berzé
Justa e bela homenagem...Era um homem especial...Desde o nome...
ResponderExcluirUm dos últimos românticos do futebol. E aprova do que algumas vitórias fazem bem pior que as derrotas...(falo da porcaria da Itália...lol)
E eu gosto, Herculano, sobretudo, da poesia no olhar, que transforma qualquer cena do cotidiano em versos. Você olha assim, sinto quando o leio. E poesia é poesia, escrita com as mãos ou com as pernas, no branco do papel ou no verde do gramado.
ResponderExcluirBeijos,
Amigo Herculano, subscrevo boa parte das tuas palavras, sobretudo, em gênero. Eu também amo a poesia de Mario Quintana, Jorge Luis Borges e Fernando Pessoa, como amo o futebol brasileiro; vibro com as reprises de gols e jogadas de Pelé, Garrincha, Didi, Vavá, Rivelino, vibro com os gols de Ronaldinho Gaúcho, Jonas, Douglas, Messi, Cristiano Ronaldo, e outros tantos jogadores atuais. Sinto a sensação que tu sentes ao término dos nossos campeonatos e fico aborrecido também, quando termina os campeonatos europeus. Viver sem futebol, para mim, é como se não houvesse mais livros para ler ou me faltasse a inspiração para escrever meus poemas.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas um ótimo dia.
Nunca pensei nisso, Herculano, mas parece que você tem razão. Desde segunda, a cidade aqui entrou em ritmo de férias. Deve ser por causa do futebol. Abraço!
ResponderExcluirHerculano, teu texto
ResponderExcluiragrada até a mim,
que ODEIO futebol.
Embora eu saiba
que o tema principal
da sua crônica seja
outro.
Muito boa crônica Herculano.
ResponderExcluirTambém compartilho dessa paixão pelo futebol. Com o fim do campeonato só restou os babas de fim de tarde!
Abraço.
Não entendo nada de futebol mas penso entender um pouco da paixão das pessoas pelas suas coisas, seus gostos.
ResponderExcluirUm beijo.
Poxa um grande jogador que ao meu ver teve um triste final...
ResponderExcluirQuanto ao campeonato aqui foi sinistroooo...kkk...o povo tava doido nas ruas!kkk!
Não sou fanática por futebol, mas gosto de assistir os jogos!
Bjs, paz e boa semana!
Não sou fanática por nada, mas amo futebol sim, fiz até poema ao nosso grande Sócrates,gosto do Tite, que pena que acabou o campeonato, pois futebol une as famílias, eu acho!
ResponderExcluirAbraços e parabéns pelo post!
Ivone
Também sinto essa saudade dos Sócrates!
ResponderExcluirEle era um poema em campo.
Gosto do futebol Arte, aquele que emociona, invade nossas casas e nos leva a comoção, reune times opostos, amigos de verdade, que somente se diferenciam pelo emblema do time, mas que estão juntos no coração...adoro futebol arte...adoro! Abraços
ResponderExcluirBonito texto. respeito suas preferências. Um beijo, Herculano!
ResponderExcluirNão entendo muito de futebol, mas ouvi falar em Drumond? rsss, achei ótimo seu espaço.
ResponderExcluirCom carinho
Hana
Tenho a dizer que poesia e fitrbol...não são incompatíveis!!!
ResponderExcluirTe agradeço tua visita. Para mim uma honra! Obrigada.
BShell
Que bonito Herculano! Eu não gosto de futebol, gosto do Corinthians...rs
ResponderExcluir"O título é efêmero. Amanhã começa outro campeonato, que será muito mais difícil de ganhar porque ninguém ganha tudo sempre. O que vale é a paixão, independentemente de conquistas. Você vê isso no corinthiano quando ele perde e usa a camisa no dia seguinte."
[Sócrates]
Bom dia Herculano!
Não fique saudoso, Herculano. Tá rolando o Campeonato Brasileiro Sub-20 e sábado, 19:00h, Bahia e Flamengo se enfrentarão pelo certame.
ResponderExcluirAbraço.
Futebol é algo que me irrita prfundamente. Digo, essas provocações sem fim entre torcedores me causam ojeriza. Futebol só me prende em época de Copa do Mundo.
ResponderExcluirpoxa. =/ bateu aquela dorzinha ao ler
ResponderExcluirfutebol e poesia
ResponderExcluirtem tudo que ver um com outro
igual fotografia com chuva
banana cum pão
enfim, tudo.
rs
um bjo
Sinceramente gostaria de me emocionar com o futebol... Já tentei, mas não funciona, sou muito mais a poesia
ResponderExcluirO Falcão Maltês
é, de futebol não posso nada opinar. sou completamente alheia. mas compreendo a poesia das jogadas, dribles e marcações. quem tem a poesia na veia, a encontra em todas as brechas e frestas que a vida pode proporcionar.
ResponderExcluirbjs, querido.
k.
Adorei o texto. Já eu não me empolgo com nada, nem com final de ano, que por sinal vou trabalhar no dia 1° as 8:00 da manhã, e nem com o carnaval, que como vc mesmo disse, de verdade não é para nos.. Se cuida! =**
ResponderExcluirPs: Sou Bahia também, com muito orgulho e muito amor!
ResponderExcluirNOSSA MUITO, MUITO BOM.
ResponderExcluirPARABÉNS E SUCESSO
Meu pai jogava e era um ponta-esquerda dos bons. A seleção de 82 é a mais linda do mundo, até hoje vive dentro de mim e Sócrates estava lá!!! Belo texto: Gooooooooooooollllll!
ResponderExcluirNão sou muito fã de futebol... Mas aprecio sem moderação as palavras escritas das mais diversas formas.
ResponderExcluirE aqui foi possível mergulhar numa ótima leitura!
Um abraço carinhoso
Tem um excelente domingo
ResponderExcluirObrigado pela visita, Herculano. Também gostei do seu blog. O Sócrates foi uma figura ímpar, um talentoso jogador de futebol e um dos mitos da "democracia corintiana". Pelos calcanhares fazia uma poesia que enchia os estádios de alegria...
ResponderExcluirAbraços
"Por enquanto, sou apenas saudade."... Isso resume o que mtos sentiram ate que comece tudo de novo!! Viva o futebol. ;D
ResponderExcluiruma bela tríade essa,
ResponderExcluirabraço