Diários da pandemia ou notas perdidas nas páginas ociosas de uma velha agenda
(Julho, 2020)
Sempre busquei a inquietude, o desassossego. Acostumar-se me parecia uma sentença fatal, era algo a ser evitado. Mas de alguma maneira fomos todos obrigados a nos acostumar com a presença inevitável dessa pandemia. Quando entendi isso, gradativamente todos os sintomas começaram a cessar e aos poucos pude retomar o prazer da leitura, da música, dos filmes... A vida voltava a fazer um pouco de sentido.
(Agosto, 2020)
Curiosamente, na minha infância não havia festas de aniversário, nem minhas nem de amigos. Não consigo lembrar de ter ido a nenhuma (desconheço a existência de registros fotográficos em alguma festinha dos anos de 1980 que possam me contradizer). Em minha casa nunca teve, era apenas mais um dia comum. O que era falta de opção, quando adulto, se tornou opção – e mesmo contrariando o desejo de pessoas queridas, e avesso a surpresas, nunca permiti que algum aniversário meu fosse comemorado. No entanto, hoje tudo o que eu queria era a companhia dos meus amigos, familiares e abraços de parabéns.
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