Paulo Leminski já nos
eximiu de certo ranço hermético ao nos apresentar uma poesia simples e não simplista;
coloquial e não menos inquietante. Mostrou que é possível provocar com versos
curtos, que é possível mergulhar na superfície, ir além da pedra. Ser moderno não
é modismo, é uma consequência natural do seu tempo, é aceitar, sem receios, a
areia que se esvai em sua ampulheta, é decidir entre querer ser ou parecer e não
tentar soar feito algo que não lhe pertence (Allen, meu velho, meia-noite não é
apenas em Paris). Deixar a emoção em primeiro plano requer coragem, trazer o
coração nas mãos, a cara pra bater, não é para qualquer ajuntador de estrofes. Ecos
da poesia marginal pululam aqui e ali, seja na forma, no humor, na verve
irônica e absolutamente refinada, no verso certeiro, objetivo, que golpeia, que
te põe desnorteado, que te obriga desesperadamente a um clinch. A poesia de
Dado Ribeiro Pedreira é para ser consumida sem moderação. Sua poética é para
ser vivida, degustada, curtida até a última ponta, até a última dose.
Texto produzido para outros fins, mas que se tornou a orelha
da belíssima estreia literária do comparsa Dado Ribeiro Pedreira.
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e que orelha eim? para poucos mesmo ...
ResponderExcluirArte cujo limite é a alma de cada um.
ResponderExcluirApós ler a orelha, que meu rei Bratz admirou-se e eu também, já dá uma vontade de ler.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço.
Desesperada para embriagar-me nas ondas de papel desses bancos de poemas!
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