quarta-feira, 21 de agosto de 2013

UM MISERÁVEL A VER NAVIOS

Léa Seydoux
Toujours je perds,
Toujours un manque,
Toujours je souffre,
Toujours je suis planté là.

Toujours je démolis,
Toujours j’attends,
Toujours je recommence,
Toujours je reste là, les mains vides

Un misérable quémandant de l’affection, voilà ce que je suis

Herculano Neto
Tradução para o francês: Pedro Vianna




sempre perco
sempre falta
sempre sofro
sempre fico a ver navios

(“sem sentido para o céu
indiferente para o inferno”)*

sempre despedaço
sempre precipito
sempre reinicio
sempre fico com as mãos abanando

miserável esmolando afeto é o que sou


*BERGMAN, Ingmar. O Sétimo Selo. Suécia, 1956. 

 

19 comentários:

  1. Tão bom em francês quanto em português...sempre!

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  2. Bonito e triste...
    E essa doce menina com lágrima nos olhos, a musa do Herculano...rs


    Bom dia Herculano!!

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  3. Querido Herculano Neto tua poesia me chega como um soco no estômago (meio cliche né ? rs), mas como disse meu rei Bratz, eu estou lá, a cada passo dado, a cada palavra lida, como uma mistura de mel e fel, se dá o sentido e sou todo intuição...divago, tua poesia me provoca isso, belo poema. Acredito ser um dos poderes da poesia, o poder de se tonar nossa, como se o poeta soubesse dessas dores, dessa falta, dessa carência. Obrigado poeta Herculano Neto.
    ps. Meu carinho meu respeito meu abraço.

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  4. O que seria dos poetas sem o sofrimento...Eu te desejo um amor novo ou um velho renovado, que o inspire a ser feliz! :)

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  5. A poesia nasce da dor. Por vezes preferiria não ser poetisa. E você?

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  6. Por que você não faz poemas mais vezes?????

    Beijos,

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  7. Há só dois caminhos: escrever bem sob o feito da dor ou ser gelo que não escreve (nem sente). Ainda prefiro o primeiro caso. Um abraço!

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  8. Vejo o poema nu e duro(Sem trocadilho, por favor... ou talvez com)

    Aquele abraço!

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  9. Nos identificamos sempre com sempre e sempre.
    A tradução em francês dá um toque especial.

    Um abraço.

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  10. O sempre é sempre incerto.
    Acho que a sina de quem adentra à esse mundo da poesia é mendigar por algo, por qualquer coisa. Ou por tudo.
    Belo poema, Herculano. Beijo.

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