sexta-feira, 5 de agosto de 2011

POEMA INÉDITO V

recebi o coração de Alice num dezembro
embrulhado com plástico bolha
dentro de uma caixa que dizia:
CUIDADO, FRAGIL! ESTE LADO PARA CIMA

o coração de Alice era pequeno
do tamanho de uma romã
do tamanho de uma alegria

no coração de Alice não cabia o Universo
o coração de Alice era somente
bairro e quermesse

o coração de Alice estragou no dezembro seguinte
pouco depois de eu ter recebido
uma nova caixa

o coração de Alice é saudade


Herculano Neto

41 comentários:

  1. o coração de Alice; fino linho



    abraço

    ResponderExcluir
  2. O coração tão pequeno...mas cabe tantas coisas...
    :D
    ótimo texto!

    ResponderExcluir
  3. Que belo espaço... Parabéns!!
    Seguindo aqui agora.

    Me faça uma visita se puder,
    ficarei muito feliz.

    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  4. Vez por outra irei me alimentar por aqui.

    Obrigada!

    ResponderExcluir
  5. "o coração de Alice é saudade"
    o coração de Alice trem prazo de validade...
    abç

    ResponderExcluir
  6. toda alegria tem prazo de validade ... é triste mas é fato ...

    ResponderExcluir
  7. Tadinha da Alice, tão frágil...deve ter sofrido de amor...

    ResponderExcluir
  8. Nem sempre querer (cuidar) é poder.

    =*

    ResponderExcluir
  9. Cruel, mas só assim o coração da Alice cresce... Talvez.

    ResponderExcluir
  10. Que sensação esquisita sinto. Em meio a melancolia de um coração que já não mora mais ali, sinto curiosidade em saber o que há na próxima caixa.
    beijoss

    ResponderExcluir
  11. o coração de Alice valeu pelo menos o belo poema e a saudade.

    Lindo fim de semana pra ti, Meu Rei!

    Beijos!

    ResponderExcluir
  12. Caro amigo

    Há saudade
    as vezes nos destrói,
    pela força
    do imaginar
    de tudo que poderia
    ter sido,
    e se perdeu...

    Para ti,
    a calma dos
    sentimentos bons...

    ResponderExcluir
  13. Herculano,que lindo o coração de Alice!Adorei sua poesia!Bjs,

    ResponderExcluir
  14. Coração pequeno de bairro e quermesse, agora explode o peito meu com a saudade que cresceu...

    ResponderExcluir
  15. Herculano, eu consigo entender pq vc faz poema... lindo!

    ResponderExcluir
  16. Imaginei que no coração de Alice havia pipocas abrindo-se na quentura do óleo, maçã do amor (quem lembra ainda?), barraca com santinhos e um tal pirulito cônico que nuna mais vi, embrulhado em papel branco e transparente...Tudo porque o coração de Alice erra bairro e quermesse, e o meu coração bem sabe e arde de saudade de um tempo esquecido...
    beijos,

    ResponderExcluir
  17. Belo! Herculano!

    Um poema que foge ao tradicional.
    Uma caixa - um coração-romã.
    Saudade do fruto que amadureceu.

    MARAVILHOSO!

    Parabéns!

    Beijos

    Mirze

    ResponderExcluir
  18. Herculano, venha participar no meu blog de um despretensioso teste de conhecimentos cinematográficos. Começo com NICHOLAS RAY (Juventude Transviada). O vencedor leva DVDs clássicos.
    Abração,

    O Falcão Maltês

    ResponderExcluir
  19. O coração de Alice é saudades, linda poesia... parabéns Herculano!


    Tenha um ótimo fim de semana!!! Um abraço.

    ResponderExcluir
  20. Lindo, Herculano
    Pelo menos deixou uma caixa de saudade

    Um abração

    ResponderExcluir
  21. Poeta,

    Bela lembrança no tempo que vivemos em que tudo é tido como descartável.


    Abraços,

    Anna Amorim

    ResponderExcluir
  22. Puxa vida! Por que todo amor insiste em acabar, hein? Belo poema! Tenha um final de semana abençoado por Deus!
    Passa lá: www.sandesmeiodesligado.blogspot.com

    ResponderExcluir
  23. Interessante usar "caixa" para outra pessoa.. Rs :)

    ResponderExcluir
  24. Uma nova "caixa" não ocupa o espaço da outra! A saudade nos lembra o quanto o que passou pode estar presente. Belo poema, herculano!

    ResponderExcluir
  25. o coração da Alice, preso na rainha de copas ou atrás do coelho branco? perdeu-se...era sonho

    ResponderExcluir
  26. O coração de Alice varou o coração do poema...!

    ResponderExcluir
  27. Podia tambem gostar de tudo o resto mas o coração de Alice encheu-me o peito todo, já não consigo gostar de mais nada
    Obrigado

    ResponderExcluir
  28. Nas raras vezes que sinto saudade, tenho o péssimo gosto de não ter gosto nem desgosto, apenas devoro-a, como fiz com este seu poema ¨quase bobo¨. Não fosse a inumana humanidade eu diria que Poema inédito V e a pedra de Drummond são inteiramente descascáveis.

    Mas... A saudade segue quase ininterrupta.

    Ternura sempre!

    ResponderExcluir
  29. Que dó, que dó, que dó...rs...

    O que havia na nova cx, um outro coração? Um por ano?

    Vc fez este belo poema para meu marido...auhsuahsu

    Abraço

    ResponderExcluir
  30. O tamanho do coração não é tudo =) Muito bonito. Tem selo para ti lá no meu blog. beijo
    http://marysdiaries.blogspot.com/2011/08/5-selinho.html

    ResponderExcluir
  31. Porque faz você poemas?
    É uma grande pergunta. Na verdade, se nos entornarmos pela Natureza adentro, tudo à nossa volta fica poesia...
    O difícil será não fazer parte dessa vaga de poesia, resistir.
    Então se coloca outra pergunta:
    Como você consegue não fazer poesia?
    um abraço
    Joa

    ResponderExcluir
  32. ''cuidado ,fragil!''
    o coração de Alice era o mais comum dos comuns corações humanos, frageis e cheio de surpresas.


    beijos

    Obs: Tava com saudade de visitar aqui!

    ResponderExcluir
  33. Oi, Herculano! Gostei do seu blog. Sou sua seguidora número 1709. Abraço!

    ResponderExcluir
  34. Caro amigo, belo! diria C. Baudelaire,"meu coração desnudado..." em trapos! Abraço.

    ResponderExcluir
  35. A nostalgia é tramada... e tem o seu efeito nos corações. Que servem de inspiração, a poemas assim. Leves, pequenos, incrivelmente intensos, reais.

    Beijos sem fronteiras.

    ResponderExcluir
  36. me parece que se me trago el comentario ..tengo el gusto de seguirte este bonito blog ...el mio "EspigAS DEL ALMA III"FELIZ SEMANA
    un abrazo Marina

    ResponderExcluir
  37. A velha veia poética de sempre...

    Abraço prosaico,
    Ramúcio.

    ResponderExcluir
  38. fui o próprio coração de Alice,neste poema.
    todo embrulhadinho em plástico-bolha...

    Inegavelmente belo.

    ResponderExcluir

Comente apenas se leu a postagem.

Related Posts with Thumbnails