segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MORANGOS SILVESTRES

“morangos silvestres”*
Herculano Neto

quando mainha chamou:
- vem pra dentro que invernou!
era de tarde e eu ainda não
sabia o que era a melancolia

quando mainha chamou
o quintal era grande
chôle e os vizinhos ainda estavam vivos
eu era outro menino

quando mainha


*“Morangos Silvestres” é o título de um filme de 1957, do cineasta sueco Ingmar Bergman. No filme o velho professor Isak Borg revê a juventude a partir de sonhos e recordações. Com perspectiva semelhante, embora nem tão distanciada, cunhei os versos acima buscando a inocência da infância que em algum momento temos que abandonar. O poema foi publicado primeiramente no fanzine O ATAQUE, em dezembro de 2006, e na REVISTA CULT, em janeiro de 2007, antes de integrar, com leves modificações, o livro “Cinema” em 2008.

12 comentários:

  1. Sei pouco de filmes antigos. Ficou bela a poesia que fez inspirado pelo filme.

    E triste um dia ter que deixar pra trás a infância. Sinto falta daquela inocência.

    abs

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  2. CAro Neto, li tua entrevsita, muito be exposta a questão de fidelidade ao ramo artistico a que te dedicas eno monmento.
    Um abraço!!

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  3. é muito bonito esse poema, tem todo cheiro de de infância mesmo.
    bj

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  4. Caro amigo, poema de rar pureza e leveza, abraço.

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  5. Realmente é importante voltar ao passado de vez em quando!

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  6. Bem armado de doçura e feitura o poema, e eu, fã de Bergman, encontrei tudo aqui na medida. Um abraço!

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  7. Morangos Silvestres é maravilhosos. E teu poema um encanto.

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  8. A dor do tempo que passa e nos rouba tudo, com a maior sensaboria. Poesia sentida, nem precisa de muitos recursos - como toda boa poesia.
    Morangos Silvestres - vi e revi esse filme. Em busca do tempo perdido? É uma elegia do tempo perdido.
    Abraços.
    Brandão.

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  9. Dizem que Drummond viu 28 vezes (ou seraim 38? Um nº expressivo) esse filme. Prova de bom gosto. A fixação pelo tempo é coisa para poetas e outros loucos pela beleza.

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